Capítulo 12 - Manda quem Pode E Obedece Quem Não Quer Morrer

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Jina

Levanto em um sobressalto com a sensação de que tinha alguém no meu quarto, mas quando olho ao redor não vejo nada.

Meu relógio de parede marca 9h da manhã e eu simplesmente estou espantada com o quanto dormi.

Me levanto em um pulo preocupada com o que minha mãe vai falar mas eu simplesmente não a encontro em canto algum da casa.

Suspiro de alívio e começo a me apressar para cuidar da casa e do almoço.

Sinto que já perdi alguns quilos desde que ela cortou minhas refeições até agora, ainda estou longe de ter um corpo atraente, claro. Mas pelo menos meu rosto não está mais tão redondo e minha barriga não está mais tão proeminente.

Termino de arrumar toda a casa por volta das 11h e ela está um brinco, então parto para o almoço.

Opito por fazer frango com legumes e começo colocando os legumes para cozinhar enquanto isso, corto o frango em cubos, minha mãe prefere assim que rende mais.

Me lembro do Heitor e me preocupo se há comida pra ele... O macarrão que fiz, pela quantidade que ele está comendo só dará pro almoço de hoje... Eu deveria ir lá preparar algo pra ele comer, mas isso levaria muito tempo.

Mas que merda eu tô pensando? Por que estou preocupada com esse maníaco?

Bom... Talvez eu só queira puxar o saco dele para ver se ele para de ser tão controlador.

Então decidida a seguir com uma solução paliativa, preparo 4 marmitas de comida pra ele.

Deixo um bilhete pra minha mãe avisando que fui deixar o lixo na rua mais cedo e vou até a casa dele.

Abro a porta com a chave que ele me deu e o chamo quando entro.

Não há resposta.

Talvez esteja dormindo...

Deixo as marmitas na cozinha e decido deixar um bilhete, mas quando me viro para pegar um papel e caneta dou um pulo de susto quando vejo Heitor no canto da cozinha com os braços cruzados, escorado na parede com uma cara de poucos amigos.

- Nossa... Você me assustou... Hmm... Bom dia... Quer dizer... Tarde... Eu... Hã... - Estou vergonhosamente enrolada e nervosa, acho que pelo olhar mortífero que ele está me dirigindo como se tivesse feito algo horrível e eu nem sei o que fiz de errado agora. - Trouxe comida... Achei que o macarrão poderia ter acabo e me preocupei se teria algo pra comer.

Resolvo puxar seu saco um pouco bancando a boazinha preocupada.

Ele solta uma risadinha sem humor.

- Muito atencioso da sua parte se preocupar comigo, Jina.

Tem algo muito errado com ele. Sua voz está repleta de ironia e sarcasmo, além de ter quase certeza que há raiva contida.

Tem uma áurea bem pesada em volta dele e quase sinto como se ela fosse me sufocar.

Por que ele não está me idolatrando e dizendo que sou a pessoa mais maravilhosa do mundo? Pode existir alguém mais ingrato?

- Tudo bem, Heitor? Eu fiz algo de errado? - Começo a me fazer.

Minha pergunta não tinha nada de ofensiva, mas quando seu rosto se fechou ainda mais e ele descruzou os braços e veio em minha direção, me arrependi de ter aberto a boca.

Heitor se aproxima de mim com uma lentidão que é agonizante.

- Hei...tor... - Digo nervosa.

- Shhhh. Quietinha. - Ele diz colocando as duas mãos em meu rosto.

Desejo Sombrio Where stories live. Discover now