CHEGADAS E PARTIDAS

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Barcelona, 22 de dezembro de 2020

"— Você gostaria de ir ao cinema amanhã Olívia?", Olívia tinha certeza de que foi o que Gerard falou

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"— Você gostaria de ir ao cinema amanhã Olívia?", Olívia tinha certeza de que foi o que Gerard falou. Mas pelo visto se enganou. O estrese da pandemia estava acabando com sua memória. Não se lembrava de algumas coisas, e pensava ter visto outras, que ao parecer, não aconteciam.

Fazia uma semana que testemunhou aquela cena diante do prédio de Gerard. Desde então tentava encontrar a melhor maneira de conversar com ele sobre o que viu. O problema era que, se tivesse visto mal não teria como justificaria a atitude, no mínimo, impulsiva? "— Você acha que é certo aparecer na casa dos outros sem avisar, Olívia?", ele diria. Gerard havia deixado claro várias vezes sua repulsa à impulsividade. Mais claro ainda deixou que odiava desobedecer às regras, "— As regras são feitas por alguma razão. Se as segue, no momento pode parecer dolorido, mas no final se entende o porquê. Regras são feitas para que cheguemos ao objetivo!", era seu mantra.

— O que acha desse? — perguntou Gerard. Parado no corredor apertado da loja de decoração, mostrava um capacho marrom com formas geográficas.

Depois de muito álcool gel, horas em filas esperando para poderem entrar, tinham conseguido comprar tudo o que ele necessitava para preparar sua casa para as festas de final de ano.

— Não está feio — respondeu, avaliando o tapete cruzando os braços e inclinando a cabeça para o lado como se olhasse para um quadro no Museu Del Prado.

— Eu só acho que um capacho tem que ter personalidade. Para a visita chegar à casa e saber um pouco de quem vive ali. É divertido!
— Mas vocês não têm nenhum capacho na porta...

— Por isso mesmo: ainda não achei nada que tivesse minha personalidade — respondeu seguindo para sessão de pratos e copos. Gritou: — Olha isso aqui! Você estava querendo talheres diferentes. O que acha?

Apontou para um conjunto de colheres com design moderno que pareciam trazidas de alguma expedição arqueológica.

— São lindos! Não obstante, meus amigos não saberão apreciar isso.

Olívia devolveu a colher ao devido lugar. Abriu a bolsa e pegou o pequeno frasco de álcool gel, enquanto livrava as mãos de coronavírus, olhou para Gerard e viu manchas rosadas no rosto e pescoço dele.

— O que é isso que você tem na pele? Coça?

— Não sei, percebi ontem. Deve ser a água quente do banho.

— Pode ser estresse. Tenho uma amiga que, quando ficava estressada essas manchas apareciam nas mãos dela.

Gerard pareceu discordar.

— O meu deve ser por causa dos banhos quentes. Veja eles têm um bambu da sorte! Agarrou um pequeno tubo transparente com uma planta dentro — Segundo o feng shui o bambu da sorte é símbolo da fortuna em casa.

A RESPOSTA DE ALINA ( CONCLUÍDO)حيث تعيش القصص. اكتشف الآن