Medusa.

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29 de novembro

— Eu pensei que você não fosse aparecer, — uma voz profunda e rouca disse por trás. — Pensei que você tinha esquecido de mim.

Hermione girou na direção do som e sacou sua varinha, apontando-a para a garganta dele por instinto. A ponta se iluminou com uma pequena luz verde, a maldição da morte pronta, o encantamento na ponta da língua.

— Uau, uau, uau, matando muito rápido. — Medusa ronronou enquanto ele levantava as mãos, mostrando a ela que não estava armado. Ainda não, de qualquer maneira. Ela sabia muito bem com que rapidez ele sacaria a varinha e apontaria para a têmpora dela. Ele tinha feito isso inúmeras vezes durante suas reuniões. Ela quase podia ouvir o sorriso em sua voz. — Não atire no mensageiro, Lilith.

— Eu não tenho tempo para jogos, Medusa, —  ela retrucou, o charme distorcendo sua voz de forma não natural. — Qual é a informação?

— Ah, ah, ah, não tão rápido, — disse ele, acenando com o dedo indicador para silenciá-la. — Primeiro de tudo, você fez uma confusão certa na semana passada. Eu lhe disse para ter cuidado. Você quase perdeu o artefato. Você tem alguma ideia de quão valiosa é essa coisa?!

— Eu quase perdi?! Você está falando sério?! — ela gritou, os dedos se contorcendo para lançar o feitiço. — A equipe seguiu suas instruções! Suas informações!

Medusa inclinou a cabeça para o lado. Ela podia dizer que ele estava zombando dela, mesmo por baixo de sua máscara.

— A propósito, obrigado por nos contar sobre a espada Vhaltera! Eles quase morreram por causa daquela coisa! Se a culpa é de alguém, é sua por causa de suas informações de merda!

— Eu não estava lá, — disse ele calmamente. — Não me culpe porque sua equipe estava despreparada. Eu dei a você o suficiente; a localização, a hora, o tamanho do grupo. Todo o resto estava em você. O fracasso de suas equipes está em você.

Ela não pôde evitar a maneira como se encolheu. Não conseguia parar o jeito que suas costas ficaram tensas quando ela endireitou a coluna, uma reação involuntária, delatando-a.

— Acho que você perdeu um dos seus, não foi?

Hermione ficou em silêncio. O aperto em sua varinha aumentou. Os nós dos dedos dela ficaram brancos quando ela engoliu a bile em sua garganta. A morte de Colin ainda estava muito recente, como coçar uma ferida aberta. O impulso de atacar era cada vez mais forte sob as acusações de Medusa, sob seus tormentos cruéis e sua língua vil.

Deus, como ela queria matá-lo. Queria arrancar os olhos do crânio e enfiá-los goela abaixo só para silenciá-lo. Ele sempre parecia saber como irritá-la, irritá-la até o ponto em que a parte racional de seu cérebro entorpecia, e ela era uma escrava de seus impulsos. Ele adorava ver sua fachada fria diminuir como se fosse o ponto alto de seu dia. A coisa mais divertida do mundo.

Não. Isso não poderia acontecer, não hoje. Ela precisava ficar calma, não podia correr o risco de irritá-lo e perdê-lo. Não poderia matá-lo ali mesmo, como um cachorro. Não importa o quanto ela quisesse. Ele era muito valioso. Sua informação era muito importante.

— Vou levar isso como um "Sim", então.

— Por que você está fazendo isso? — ela estalou, uma cadência ácida rastejando em sua voz enquanto sua raiva se recusava a se dissipar. Ela ainda não havia abaixado a varinha, seus músculos se recusavam a se contrair para fazer seu braço voltar para o lado. — Não é um pouco tarde para a redenção para você? Quanto sangue há em sua lista!?

— Oh, eu perdi a conta, querida. A lista continua e continua, — ele disse enquanto começava a circulá-la. Predatório. A maneira como um lobo circula um filhote de cervo. — Mas não pretendo ser algo que não sou. Sei o que fiz, sei quem sou. Mas a verdadeira questão é: você sabe quem você é?

Secrets And Masks | DramioneWhere stories live. Discover now