Secrets And Masks | Dramione

Com a guerra, vem o sacrifício.

4 de julho

O utilitarismo segue a crença de que o curso de ação correto é aquele que "provoca o maior bem para o maior número de pessoas". É isso. Claro e simples.

O utilitarismo não se preocupa com moralidade, sentimentos ou alma de uma pessoa, sua única preocupação era o jogo final. Se dez pessoas ficassem presas em um prédio em chamas, seria justificável – até encorajado – deixar quatro queimarem para salvar as seis restantes. Não importa o quão horrendo ou horrível seja um ato. Se salvou a vida de muitos, então valeu a pena, não importa o preço que poucos tiveram que pagar.

Desde a primeira vez que ela matou, Hermione adotou essa crença. Não, ela não apenas a adotou. Ela se agarrou a ela. Chorou até dormir com isso. Condicionou-se a pensar que tirar uma vida era justificado se salvasse duas. Mas, enquanto a cidade de Bradford queimava ao seu redor, enquanto os cadáveres de soldados trouxas caíam no chão após serem atingidos por maldições que ela lançara, enquanto os bruxos mordiam suas próprias gargantas porque ela os havia cortado, Hermione começou a questione essa crença.

Ela sabia que precisava estar sob o Feitiço Demoníaco, era a única maneira de o plano de Malfoy funcionar.

Matar era um ato horrendo, mas era necessário. Ia salvar milhares de vidas, milhões. Estar sob o feitiço e matar lançaria a ilusão de que Malfoy ainda era leal a Voldemort. Isso iria distrair Voldemort, fazê-lo pensar que podia confiar em Malfoy, acusar todos os outros Comensais da Morte de traí-lo e enquanto ele estivesse de costas, Malfoy poderia esfaqueá-lo.

Sim, nessas circunstâncias, matar realmente era o melhor. O sacrifício era o melhor. Mas isso não significava que partiria menos o coração de Hermione fazer isso. Não significava que não esmagava sua alma – apenas um pouco mais a cada vez – quando ela extinguia a vida de outra pessoa.

Com a guerra, veio o sacrifício. A Ordem sabia disso. Kingsley tinha aceitado isso. Ele concordou em sacrificar alguns soldados para garantir a sobrevivência do resto da Ordem, sacrificar alguns peões para atrair a Rainha da oposição para que eles pudessem matá-la e ganhar o jogo mais tarde.

Este ataque à base da Ordem em Bradford foi o primeiro desses sacrifícios.

Um refém deu a Yaxley a localização depois de algumas horas de tortura, e embora Malfoy tivesse avisado Kingsley na noite anterior sobre o ataque iminente, as pessoas ainda iriam morrer. Uma quantidade obscena de pessoas.

Voldemort estava enviando muitos de seus soldados e queria que Narcissa também fosse utilizada. Kingsley simplesmente não tinha recursos para tirar todos – e todos os suprimentos médicos e armas que estavam lá – antes do início do ataque. Então, ele estava sacrificando um punhado de bravos soldados para conter o exército de Voldemort enquanto eles retiravam seu equipamento vital e, mais tarde, quando Voldemort percebesse que a Ordem deveria saber sobre o ataque de antemão, Malfoy iria descobrir o vazamento em Scabior.

Sacrificar alguns de seus próprios soldados para reduzir o exército do Lorde das Trevas foi um preço que Kingsley concordou em pagar. Hermione suspeitava que ele estava escondendo essa informação de Harry. Não havia como ele concordar se soubesse.

Narcissa estava sendo usada como uma tática surpresa, então, depois que Malfoy encontrou um lugar para escondê-la em Bradford – e depois que ele colocou Hermione sob o Feitiço Demoníaco e aparatou-a no ponto de encontro onde Theo e os Comensais da Morte estavam esperando – ele voltou a se esconder com seu dragão. Aguardando seu tempo.

A batalha estava indo bem para a Ordem, para começar. Eles trouxeram tanques e helicópteros, e eles fizeram um trabalho rápido com a maioria dos Máscaras Negras que Voldemort havia enviado, mas assim que Malfoy e Narcissa subiram no campo, as chances da Ordem foram reduzidas a nada. Assim que os soldados ouviram aquele sinistro bater de asas de réptil, assim que viram os chifres demoníacos do lutador sentado entre os ombros do dragão, a mudança neles foi instantânea. Eles começaram a entrar em pânico – alguns deles até aparataram, com muito medo de arriscar estar no mesmo campo de batalha que um dragão e um demônio.