Eu te mataria agora!

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12 de dezembro

Hermione gemeu enquanto pressionava a palma da mão no olho, tentando aliviar a dor insuportável ali. — Euggh... Filho da puta!

Ela não esperava que Malfoy fosse gentil quando ele os aparatou em sua mansão, mas o choque disso, junto com a força violenta de sua magia estalou através dela como o estalo de um chicote. Ela suspeitava que ele tinha feito isso de propósito. Uma tática cruel para mantê-la desorientada, vulnerável. Ela era mais fácil de transportar se estivesse com dor, menos propensa a revidar.

Ela estava impossivelmente fraca, suas veias ainda eram fogo líquido de qualquer que fosse a magia negra que Voldemort a havia metastatizado quando ele ligou sua vida ao Malfoy. Seu sangue queimava. Cada batida de seu coração trazia uma nova onda de calor impossível. Parecia ácido bombeando por seu corpo. Ebulido. Afiado. De certa forma, ela gostou do desconforto. Uma pequena parte dela parecia que ela merecia. Por que ela deveria ir embora, um tanto ilesa, quando cinco de seus companheiros de equipe estavam mortos, desintegrados em cinzas em um campo em chamas? Ela falhou com eles. Ela merecia alguma forma de retribuição. Ela não merecia?

A chuva gelada de dezembro caía de cima. As gotas geladas acalmaram sua pele superaquecida, como pequenas gotas de novocaína. 

Ela sentiu o sangue seco de seu cabelo e rosto começar a manchar enquanto se misturava com a água. O carmesim escorria de seu queixo e formava uma poça ao seu redor. O efeito era quase calmante, trazia consigo uma estranha sensação de clareza. Como lavar a lembrança vil de seu fracasso.

Ela tentou respirar o cheiro da chuva, respirar e esquecer onde estava e pensar racionalmente...

Mas as palavras de Voldemort ecoaram em sua cabeça. Inesquecível. Espalhamento do medo.

"Se ele morrer, ela morre."

"Até que a morte os separe."

Hermione reprimiu um estremecimento.

Ela se curvou ligeiramente, uma mão envolvendo o joelho para se apoiar enquanto massageava as têmporas com a outra mão. Ela estava tonta, sentia como se o chão se movesse sob seus pés, balançando-a. A vontade de vomitar aumentou conforme...

— Pelo amor de Salazar, — uma voz zombou ao lado dela. — Pare de ser tão fodidamente dramática.

— Oh, você vai se foder!? — ela retrucou sem olhar para cima, temendo que o movimento pudesse prejudicar seu já frágil equilíbrio. — Estou com muita dor, a última coisa que preciso é o seu julgamento. Agora, me faça um favor e vá se foder de onde você veio!

Se ela não estivesse tão enjoada, não estivesse tão paralisantemente desamparada, ela o teria enfeitiçado até o esquecimento. Era repugnante, realmente, como ela se sentia impotente. Desde que a guerra começou, Hermione tinha sido uma força a ser reconhecida. Ela era forte, corajosa, letal, a porra de uma leoa.

Ela mal se reconhecia agora.

Mas, novamente, as mesas sempre viraram rapidamente na guerra.

Malfoy deu um suspiro irritado. — Vamos, sangue-ruim, não temos o dia todo.

— Eu já não disse para você se foder?! Você pegou minha varinha, me atacou com não sei quantos feitiços e depois me arrastou para o seu mestre. Deus sabe que tipo de maldição de sangue negro e maligno ele me infectou! — ela rosnou, ofegante, ainda segurando o joelho e olhando para o chão. — Estou com dor, perdi muito sangue, estou tonta e meu crânio parece que está preso entre um torno! Então, se você não se importa, eu agradeceria se você me desse um minuto para recuperar meu fôlego antes que você me arraste para qualquer câmara de tortura que você tenha aí!

Secrets And Masks | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora