Ela fez oquê?!

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4 de fevereiro

— Ela fez o quê!?

— Não é engraçado, Theodore!

— É sim!

— Não, realmente não é!

— Ah, mas é! — A risada de Theo ricocheteou nas paredes do túnel subterrâneo pelo qual eles tentavam se esgueirar. — Hermione maldita Granger, sangue-ruim imunda e mancha para todos os puros-sangues da terra, conseguiu entrar na sua cabeça... SEM VARINHA!

Malfoy nunca quis lançar um Avada tanto em sua vida. — Eu juro pelo túmulo de Salazar, se você não esquecer isso...

— Não é engraçado?! Oh não, não é apenas engraçado. É hilário pra caralho! — Nott continuou, completamente implacável quando Malfoy girou e apontou a varinha para o rosto dele. O feitiço Lumos na ponta lentamente ficou verde com a crescente irritação de Malfoy. — É tão engraçado que não consigo respirar!

Malfoy cerrou os dentes. — Oh, como eu gostaria que isso fosse verdade. Como eu gostaria que você engasgasse com sua risada a ponto de sufocar. Deus sabe que minha vida seria muito mais simples sem sua constante insubordinação teatral!

Eles continuaram andando pelo abandonado metrô de Londres, seguindo cegamente os trilhos abandonados. Estava escuro como breu, como um vazio, qualquer luz era apagada e substituída por aquela escuridão arrepiante, o tipo de escuridão que fazia seu estômago se contorcer a cada batida do coração, ansioso pelo menor movimento.

A única fonte de luz que eles tinham vinha dos feitiços Lumos na ponta de suas varinhas. O túnel parecia ter quilômetros e quilômetros, e o som do gotejamento esporádico e imprevisível de um cano estourado no alto estava começando a esgotar a paciência de Malfoy – isso e as risadinhas incessantes de Theo.

O ar estava frio e hostil, o frio muito familiar que só poderia ser causado pela mais sombria das maldições pairando no ar. Horrível, mas inconfundível.

Havia milhares de esqueletos e ossos revestindo as paredes. Embora a maioria dos corpos estivesse espalhada pelo chão ou sentada e encostada nas laterais do túnel, alguns pareciam estar fundidos na parede como a de uma catacumba. Teria sido estranho, arrepiante, se não fosse uma ocorrência tão comum nos dias de hoje. Esqueletos nus, completamente despidos de carne, não eram indutores de medo quando você tinha visto milhares deles. As imagens malévolas de caveiras não faziam sua pele arrepiar quando você tinha uma marcada em seu braço por toda a eternidade.

— Eu ainda não entendo como Granger conseguiu. Deveria ter sido impossível, — Malfoy rosnou baixinho, rangendo os dentes enquanto eles contornavam outro canto escuro.

Eles devem estar perto agora. Se a inteligência deles estivesse correta, eles seriam capazes de ouvir os refugiados – aqueles que tentavam desesperadamente chegar à base da Ordem – a qualquer momento. Não havia como sair dos túneis, Malfoy havia se assegurado disso. Eles eram alvos fáceis. Encurralados.

— Ela está tomando as poções anti-magia há meses. Suas veias devem estar secas de magia, ela não deveria ter nada para extrair.

— Você acha que ela construiu uma tolerância ao longo do tempo? — Blaise sussurrou por trás. — Ou talvez possa ter algo a ver com aquela incômoda adulteração no cérebro dela que você tem feito?

— Sim, — Nott começou enquanto arrastava sua varinha sobre os ossos que revestiam a parede. — O que há com isso? O que exatamente você está fazendo com ela?

Secrets And Masks | DramioneWhere stories live. Discover now