Epílogo um.

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Três anos depois

— Como você acha que tem lidado desde a última vez que nos vimos?

— Bem.

— Aconteceu alguma coisa que você acha que deveria mencionar?

— Não.

— Não? Alguma coisa negativa? Nenhuma desvantagem ou coisas que lhe causaram estresse que você queira discutir?

— Não, — Daphne respondeu, seus lábios estalando ruidosamente no "o". — Nada.

— Você completou o dever de casa que eu lhe dei depois da nossa última sessão?

— Sim.

— E? — a curandeira de meia-idade perguntou, seus olhos no bloco de notas em seu colo enquanto ela rabiscava. 

— Foi... revelador, — respondeu Daphne. Sossegada. Não afetada. Falsa.

— E isso ajudou?

— Sim, — mentiu Daphne.

— Bom, — a curandeira respondeu sem olhar para cima. — De que maneira isso ajudou?

— Isso me ajudou a dormir melhor, — ela mentiu novamente, mentiu através de seu maldito sorriso falso e comportamento quieto. Oh, quando, quando isso acabaria?! Enquanto os olhos da curandeira ainda estavam abaixados, Daphne deu uma espiada no relógio antigo perto da janela leste.

14h03, faltam apenas vinte e sete minutos. Ela poderia passar por isso, não poderia?

— E os pesadelos? — a curandeira continuou. — Como eles estão?

— Bem.

— Descreva o que você quer dizer com bem?

— Eles têm sido inexistentes.

Parecia que era uma mentira demais. Os olhos da curandeira se abriram e ela estudou sua vítima – paciente – cuidadosamente através de seus óculos embaçados pelos dedos. 

Terapia de cura da mente compulsória indicada pelo tribunal – não era essa a piada do século.

Astoria disse a Daphne que ela não deveria ficar tão brava com isso porque ela não estava passando por isso sozinha. Ela, Blaise e Theo tiveram que ser julgados após a guerra e, embora seu heroísmo no final – e o sucesso de Medusa – os tenham salvado do Beijo dos Dementadores – eles não escaparam totalmente.

Eles fizeram demais, foi assim que foi dito. Eles cometeram muitos crimes de guerra e todos eles eram figuras muito públicas no exército de Voldemort. Eles não podiam sair do outro lado cheirando a rosas, não importa o quanto eles ajudaram a derrubar o regime dos Comensais da Morte. 

Por ter sido a mente por trás da Medusa e não ter realmente cometido nenhum crime, Astoria foi poupada, com razão, mas o resto da família não escapou tão facilmente e, como penitência por seus crimes, os três tiveram foram ordenados a ver uma Curandeira da Mente por uma hora por mês, todos os meses, até o dia em que morreram. 

"Embora apreciemos o papel fundamental que os três desempenharam durante os meses finais da guerra, nada é mais importante do que a segurança daqueles que a guerra deixou para trás", anunciou a nova Ministra da Magia à multidão após a audiência. Ela era uma bruxa nascida trouxa, eleita para unir as sociedades mágicas e trouxas neste novo mundo e bla bla bla bla bla. Daphne não tinha intenção de aprender o nome dela, ela não gostava dela. Só podia pensar em como Hermione teria feito um trabalho muito melhor se ainda estivesse aqui. "Agradecemos aos três pelo esforço, mas tenho certeza que todos concordam comigo quando digo que para proteger o futuro não devemos ignorar o passado e, portanto, os três serão observados e monitorados de perto."

Secrets And Masks | DramioneWo Geschichten leben. Entdecke jetzt