O cara que eu não conhecia e conhecia

Capitulo 1

Dor de cabeça. O sentimento do dia é, dor de cabeça. Fiquei no trabalho até mais tarde ontem porque ser uma estudante nao é nada facil, ainda mais quando se decide fazer isso longe de casa. Ha uns 3 anos decidi sair do meu país e vir fazer mestrado na europa, quem disse que é tudo lindo mentiu. Desde que cheguei trabalho em um bar, local onde consegui flexibilidade mediante aos horarios da faculdade. Como estou de recesso aproveitei e fiquei ate tarde trabalhando e ganhando um extra, agora que a dor de cabeça foi devidamente explicada tenho de procurar um belo café para renovar as energias e começar o dia,a casa não se limpa sozinha, não é mesmo...

Chego na cozinha e já sinto o cheiro de café, amo minha colega de apartamento. Sabrina é minha sorte grande, achar um apartamentoo pra dividir que não seja uma pessoa querendo todo seu dinheiro ou seja estranho é uma em um milhão por aqui em portugal. Assim que sinto o café fazendo seu trajeto agradeço a todos os deuses possíveis, o sentimento de alma lavada é impagável. Eu amo café. O dia passa muito rápido e lá esta novamente o  tão temido horário de trabalho, não me entenda mal eu gosto muito do meu trabalho, mas hoje não parecia ser um dia pra se apreciar.
Assim que chego organizo minhas coisas no armário e meu uniforme, hoje é sexta feira e geralmente é o dia de casa cheia, trabalho em um bar latino, isso aqui ferve em um nível diferente nas  sextas. Portas abertas, casa arrumada e os clientes vão chegando, vou servindo o balcão na velocidade possível a chegada dos pedidos.
Até que vi um grupo de pessoas entrando e pareciam importantes, nao me entenda mal estou acostumada com esse tipo de gente sendo o mais alto grau de arrogante presente na casa, então quando vi a movimentação meio que já me preparei mentalmente para aguentar tamanho ego vindo deles.

- oi, tudo bem? gostaria de um whiskey
- oi, claro ! pode deixar, vou preparar pra você
Eu conhecia aquele cara de algum lugar, mas não conseguia conectar nada  a ele, porém sei que ele entrou com o grupinho seleto.
- na verdade queria um belo café, mas acho que seria muito vicioso da minha parte- continua ele após o pedido.

Não consigo segurar uma risada com essa observação
- tenho que concordar que pedir café em um bar é meio um vício, aqui seu whiskey espero que esteja  do seu agrado - falo simpática.
- obrigado! bem movimentado aqui...
- sim, somos uma casa latina, então no geral a maioria dos imigrantes vem aqui se divertir depois do trabalho.
- que legal, muito bom vê que as pessoas conseguem se divertir  por aqui.
- com certeza!
Papo estranho, esse cara é legal, mas como mulher sempre fico com 5 pés atras com todos.
- bom, vou deixar você aproveitar seu whiskey, licença.
- como é seu nome?
- maria
Nome que uso pra todos, mas na verdade falta letrinhas ai, me chamo mariana, mas pode me chamar de desconfiada também.
- Pedro, prazer !
Ele estica a mão para me cumprimentar e eu retribuo.
-Prazer Pedro, eu realmente preciso atender outros clientes, se me der licença
-Claro, desculpa atrapalhar ...
-não, sem problema- sorrio simpatica e vou para a outra ponta do bar, mas ainda consigo sentir os olhares dele sobre mim, espero que minha noite não termine com um bebado me pertubando.