🔵Gilbert Grape #2

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         Meus pés andavam calmamente pelo piso um pouco liso pela cera feita recente, vendo Arnie segurar um pote de insetos, tendo Gilbert junto ao mesmo fazendo uma comida no fogão até então não correspondida por mim -já que meu nariz vivia tamp...

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         Meus pés andavam calmamente pelo piso um pouco liso pela cera feita recente, vendo Arnie segurar um pote de insetos, tendo Gilbert junto ao mesmo fazendo uma comida no fogão até então não correspondida por mim -já que meu nariz vivia tampado pelo vento que tomava no rosto, vindo de bicicleta-, mas sabia que era sobre a curiosidade do que seria dentro do pote, o que aumentava cada vez mais no menino. O garoto de cabelos ruivos olhava diretamente para o som de passos, mostrando um sorriso ladino com seus lábios roseados naturalmente, sendo recebida com uma risada leve vinda do sofá, deparando-me com a mãe da família Grape; acenei e sorri largamente, recebendo de volta, também me encontrando com Amy que abraçou-me e permitiu que eu continuasse a andar na direção dele. Não se nega que a casa por mais que fosse de certa forma cheia, ela tinha um sentimento vazio que sempre caia em mim, mas logo sumia quando via os olhos castanhos do moço mais velho, que vinha para meu caminho.
      Senti seus braços fortes adornarem minha cintura, levantando-me ao ponto dos meus pés balançarem devagar; Nossos olhares se encontravam até então sem palavras, mas sendo dito num selinho gentil e demorado.

       — Você acordou bem hoje?- perguntei, sendo colocada de volta no chão relutantemente, enquanto o rapaz concordava com a cabeça.

       — Dessa vez, incrivelmente sim, mas uma pena não ter dormido aqui ontem, meu amor. Tenho certeza que acordaria bem melhor!- sorrimos largamente, no mesmo momento em que Ellen entrava e fazia uma careta de desgosto, passando por nós e recebendo um leve puxão no cabelo provocativo por ele, que recebia um tapa na mão, fazendo a Sra. Grape pigarrear levemente, desaprovando a cena. Porém, logo atrás dela, viera o qual eu também amava, praticamente pulando no meu colo animadamente, me fazendo abraça-lo com carinho... Arnie sempre ficava feliz em me ver, e eu mais ainda de saber que era alguém confiável para ele.

       — Tro-trouxe alguma coisa pra mim?

       — Ah, eu trouxe sim, acredito que vá gostar.

         Minha mão vai até meu bolso esquerdo da grande jaqueta jeans, retirando um pacotinho de balas, vendo o sorriso e alguns pulinhos de Arnie que abria uma de suas mãos e recebia o pequeno presente. Meus olhos brilhavam, como se estivesse encantada com a alegria dele diante de tantas coisas ruins que lhe aconteciam ao redor e ainda conseguia ser o "raio de sol" como a Sra. Grape dizia... E eu não negava, ele realmente sabia alegrar o dia com seu sorriso. Ele se virou para mim, dizendo com todas as palavras que Gilbert tinha que me dar um anel, fazendo o mesmo ficar com a cara avermelhada e me deixando com um sorriso bobo. Dado o presentinho, ele saiu a procura de Ellen para brincar, me deixando cara a cara com meu namorado, juntando coragem o suficiente para andar até a mãe sentada no sofá e lhe pedir para subir, para que pudesse conversar melhor com ele.. Ela permitiu, dizendo para que nos comportasse, dando o ar de riso em nós dois que subíamos as escadas.

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     — Porque pediu para subir?

     — Queria conversar mais a sós contigo, assim podia me contar o que tanto está te atormentando... Vejo isso na sua cara, está literalmente estampado.- falei, sentando-me na sua cama, cruzando as pernas e esperando uma resposta dele, recebendo um suspiro pesado e seu corpo caindo no colchão ao meu lado, colocando sua mão sob o rosto.

     — Só estou cansado.

     — Quer me dizer o que é?

     — De tudo. Cuidar da mamãe, trabalhar, tentar sonhar, cuidar da casa, ser responsável, cuidar do Arnie em qualquer instante... Só cansado.

       Olhei para seus cabelos ruivos, me deitando ao seu lado e acariciando-os, enquanto tentava ser seu conforto mesmo que por meros segundos rápidos, sentindo sua mão sob os meus cabelos e mostrar um sorriso claramente forçado, junto aos seus olhos agora um pouco opacos.

    — Você sabe que não precisaria dessa carga toda, não é?

    — Pior que sei... mas não há muito o que fazer, amor. Amy também está na correria comigo, embora sinto que eu sou o "homem da casa", como devia ser com o meu pai e sentir isso tudo nas costas, é um baita peso que eu carrego.

    — Talvez você tenha que tentar novos ares. Seu patrão está mais se importando com o concorrente do que com você, Gilbert, então vai tentar te fazer de "faz tudo" a qualquer momento. E ainda tem a Becky...- ele bufou de raiva, enquanto lembrava daquela mulher.

    — Porque que eu me meti naquilo?

    — Jovem inconsequente, viu uma brecha e foi. Ela brincou com a sua mente direitinho e você... caiu feito um patinho.

    — Nem me lembre o quão burro eu fui.

    — Nem me lembre o quanto você podia ter sido assassinado... mas não foi e aquela velha vai embora logo logo, eu espero. Já atrapalhou demais só a existência dela. 

    — Isso eu devo concordar.- ele gargalhou, permitindo que eu começasse a rir junto a ele. Sua risada gostosa era ótima de se acompanhar, era rouca e suave como seu jeito comum de falar... Até isso me arrepiava nele, desde seu jeito até esse olhar intenso.

     Suspirei de cabeça baixa, olhando para os desenhos de sua camisa, a "desenhando" com o dedo indicador, sentindo seu olhar em mim, me fazendo subir a cabeça para encará-lo também; Uma intensa troca de olhares a qual não era tão comum fazermos. Sua mão encostou na minha nuca, puxando-me para beijar seus lábios levemente, sentindo aquele beijo começar a ser mais profundo que o normal até me estranhando com a intensidade deste, que encostava a mão na minha cintura e puxava-me mais no meu corpo extremamente sensível ao toque dele.

      A mesmíssima mão na cintura, agora parecia modelar meu corpo delicadamente, encostando meus braços em seus ombros, com ambos os olhos fechados, respirando pelo nariz, embora a respiração falhasse miseravelmente, já que quando eu pensava que estava acabando, ele mordia meu lábio inferior e voltava. Minha mente girava apenas em torno dele e desse jeito gostoso e repentino, talvez ficamos nos encarando demais e mal pude pensar direito, já que ele me deitou na cama, ainda me beijando como se não precisasse respirar.

      Minhas mãos acariciavam o seu corpo acima da roupa, meu corpo tremia com seus intensos carinhos, me libertando do estranho prazer incomum, com gemidos leves, sem nem precisar que estivéssemos nus para isso acontecer; Continuei a lhe acariciar por todo o canto, beijando seus lábios apaixonadamente. Seus cabelos roçavam pelo meu rosto, me deixando segurá-los firmemente para trás, logo sentindo ele se afastar devagar, encostando sua testa e nariz em mim, suspirando pesadamente. 

     — Porra...- sussurrei, me assustando pelo palavrão dito, referindo-me a sessão de amassos viciante, mas que precisávamos dar uma pausa.

    — Agora entendi porque os olhos são a janela pra alma.

    — Porque?

    — A sua é um fogaréu que me queima por inteiro.

        Ambos demos mais risadas ainda enquanto ele me puxava para um abraço confortável, esquecendo por algum tempo os problemas em relação a trabalho, casa e família, voltando a me beijar repetidas vezes sem cessar, e na verdade...

              

 Eu não estava reclamando.

♡Johnny Depp Imagina❤Onde histórias criam vida. Descubra agora