Capítulo 15

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Versalhes

Tô me sentido mal pra caralho por ter falhado com minha filha, tô fazendo tudo por ela que esqueço que ela precisa sempre da minha atenção, desde que eu e Any se afastamos que fica difícil de eu ficar com Manu como antes, reconheço que to fazendo pouco esforço.

- Que foi ? Tá bolada com o papai fala pra mim. - seguro o rosto dela que desvia quando tento fazer carinho. - Pô se ficar desse jeito papai vai ficar triste com você filha tu quer?

Manu: - hm. - Cruza os braços, ela hoje tá mal humorada, não tá querendo ficar com ninguém nem com a boneca que mais gosta ela quis brincar.
Ela tá sentida, tá triste, a rotina aos poucos vai mudando, mas pra ela tá acontecendo tudo muito rápido que chega a ser drástico, antes ela tinha atenção dos dois o tempo todo. Desde que a Manu nasceu que eu não dormia  fora de casa, nem ficava 2 dias sem ver ela então isso tá mexendo com ela e eu já fico mais puto comigo por não me dedicar o suficiente pra ela.

Any: - Que foi meu amor, fica um pouquinho com o papai. - Tenta afastar do colo dela.

Manu: - Não quero o papai. - Reclamou emburrada saltando no seu colo chorando.

Any: Quer sim - Preciona ela ainda chorando. - Bora, que o papai tá aqui pra te ver.

- Papai tá tristão com você se comportando assim Manu, quer que o papai brinque com a neném? Vem.

Manu: Hm, hm - nega toda mimada.

- Vem.

Manu: Mas eu não quero brincar. - Vem na minha direção deitando o corpo cansado sobre mim.

- Ou, olha aqui pro papai, que foi, tá assim porque, tá doendo alguma coisa, fala pro papai amor.

Manu: - Papai tá doendo aqui ó. - fala mostrando a unha pintada de branco que não tem nada e eu solto um suspiro sorrindo porque lembro que criança com o sono apronta demais.

- Onde linda, fala que o papai vai fazer parar de doer. - peguei ela jogando em cima de mim fazendo cócegas até ela se sentir cansada e esquecer de fazer birra.

Deixo ela sossegada com o meu celular e chego perto da Any arrumando a loiça com as panelas no fogo. Ela suspira alto sentido minha presença e eu para me encostando perto do fogão observando ela.

- Que cara é essa?

Any: A única que eu tenho.

- Vem de grosseria pro meu lado não Any.

Any: Na boa Thiago, não tô pra discussão hoje não, fica ai na moral, não nem vem encher meu saco.

- Vim falar contigo numa boa. - olho pra ela desligando o fogo me observando com o pano de cozinhar nas mãos. - Alguém da escolinha falou alguma coisa pra Manu pra ela tá assim.

Any: Não.

- Alguém mexeu com a minha filha Any? . - Pergunto de boa pra não discutir com ela, Manu é a coisa mais preciosa e importante pra mim, e se tem algo que em deixa puto é mexer naquilo que é meu.

Any: Não Thiago. Eu não sei, acho que não.

- Vai ficar nessa de não, sim, não sei , acho que não?

Any: Não tem o que saber Thiago, ela chegou assim da escola, a Tia lá falou que ela não quis fazer nada porque tá mal, como eu falei não sei.

Cada um de nós tá esgotado pra caralho, eu não vejo mudança então não quero dar o braço a torcer apesar do meu corpo falar o contrário, nosso diálogo não passa mais de três palavras e eu sei que ela tá frustrada porque eu não dou o que ela quer mas também não me afasto, e eu percebo ela ficar chateada querendo agir na ignorância comigo.

CICATRIZES Where stories live. Discover now