Busan... finalmente!

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   Como previ minha noite foi tumultuada. O perfume que veio junto com o cartão preencheu meu apartamento inteiro e trouxe com ele a figura do homem que perturbar meus sonhos.

Pele com pele. Boca com boca. Línguas dançando juntas. Desejo. É um sonho? Sim Alice! É claro que é um sonho. De qual outra forma Park Jimin estaria por completo dentro de você.

    Acordo ofegante, suada e encharcada. Repleta de tesão.

— Que merda, Alice! - Brigo comigo mesma, passando as mãos em meu rosto. — Okay... Tudo que você precisa é de um banho. É! Isso vai ajudar. - Me levando meio irritada e antes de ir acalmar meu corpo, olho que raios de horas eram. — Ótimo! Já estava na hora de acordar mesmo! 4:45 da manhã.

    A estação não é nem muito longe, nem muito perto de casa, então prefiro chegar cedo e esperar por lá mesmo. Eu já sabia que o trem de Seul para Busan era uma experiência única e a uma das maneiras mais rápidas e práticas de se deslocar entre as duas cidades, que são bastante distantes uma da outra. Afinal ele percorre uma distância de cerca de 441 km, levando em média 3 horas para chegar à cidade de Busan.

    Cheguei à estação animada e ansiosa. Me sentei em um banco e analisei as passagens. Não é fácil conseguir elas assim de última hora. A da volta ainda vai, mas a de ida... Gente rica realmente pode muita coisa.

    Não demorou muito para o trem chegar. Me juntei aos outros passageiros se tratei de procurar um lugar confortável para me sentar. Escolhi um assento na janela para aproveitar a paisagem, guardei minha bagagem no compartimento acima e me aconcheguei no assento. Notei que haviam várias famílias, casais e turistas no vagão, cada um parecendo animado para a viagem.

    O trem é confortável, limpo, seguro e oferece vários recursos para tornar a viagem ainda mais agradável, como assentos espaçosos e reclináveis, TV, Wi-Fi gratuito, lojas de conveniência, restaurantes e banheiros com água quente para banho. Um verdadeiro paraíso se não fosse por uma senhora sentada a minha frente. A mulher falava muito alto e não parava de reclamar de tudo. Dei graças a Deus que ninguém sentou ao meu lado.
Coloquei meus fones, escolhi uma música, D-Day para ser mais exata e tentei a todo custo não prestar atenção na reclamação alheia.

    Fechei meus olhos por alguns segundos e então aquele cheiro me tomou novamente. Os abri rapidamente e procurei ao redor. A única coisa que mudou foi que no assento oposto ao meu, do outro lado do corredor, estava sentado um rapaz todo encapuzado. Porque as pessoas aqui gostam tanto de cobrir o rosto? Logo atrás dele mais dois homens. Que porcaria Alice. Até aqui? Arrume outra coisa para ocular esse seu cérebro cheio de doideira.

    Voltei a me recostar tentando relaxar. Logo o trem partiu da estação, e os movimentos suaves aconchegantes do trem criaram uma atmosfera tranquila e relaxante em todo o vagão. Me senti em um momento de tranquilidade e aproveitei para olhar pela janela a paisagem que mudava a cada minuto. A planície de Seul desapareceu logo, sendo substituída por uma vista montanhosa e depois a selva urbana de Daegu.

    De alguma forma comecei a sentir frio. Pobre é foda. Viaja para passar frio num vagão de gente rica. Me encolhi um pouco e abracei meu próprio corpo. Não sei em que momento adormeci. Sonhei.

    Aquele cheiro me tomou novamente. Sonho gostoso. Fui coberta e conchegada por ele. Seus dedos pequenos e delicados arrumaram uma mexa de cabelo em seu devido lugar. Sorri.

Êxtase Where stories live. Discover now