Aquele morde e asopra gostoso.

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   Mino fica estático enquanto sinto a primeira lágrima rolar. Jimin caminha na minha direção e para bem na minha frente, leva uma de suas mãos a minha cintura e me puxa para si e com a outra seca meu rosto.

— Estou te mandando mensagem tem um tempão. Como não atendeu, vim assim mesmo.

— N-nós já estamos fechando e... Você não me disse que se conheciam. - Mino parece atordoado e suas palavras são meio soltas e sem firmeza alguma.

— Não sei por que ela teria que te contar isso. - Mas o que está acontecendo? No que foi que você se meteu, Alice? —Vamos falar sobre nossa parceria. - Jimin pega minha mão e me puxa para a porta. Imediatamente sinto Mino segurar meu outro pulso.

— Ainda precisa fechar o lugar, Alice. - Agora ele já está irritado.

— Melhor você soltar ela. - Jimin segura o pulso dele e o faz me soltar. Que isso, meu pai? Parecem dois búfalos.

— Perdão, mas, ela ainda trabalha para mim. - Ergo uma sobrancelha quando escuto isso. Trabalho para você seu ovo.

— Ela trabalha para o Grupo Kang, por enquanto. Assim como você.

Tome uma atitude Alice antes que eles façam algo que pode causar um escândalo.

— Jimin! Espere aqui. Vou terminar de verificar se está tudo em ordem e então vou com você.

— Não acha que deve me explicar isso melhor? Como assim vai com ele? E...

— E NADA MINO! - Merda! Odeio perder o controle. — Já disse mais de uma vez, não lhe devo nenhum tipo de satisfação sobre minha vida pessoal. Somos amigos, certo? - Ele não me responde. Ando em direção aos fundos e faço exatamente o que disse que faria. Tudo em ordem. Quando volto acabo escutando o que Jimin diz.

— Amigos apoiam uns aos outros. Não detonando os sonhos do outro, muito menos os rebaixados apenas para alcançar um desejo pessoal.

— Você não sabe do que está falando e... - Mino para ao me ver de volta ao recinto.

— E o que? - Pergunto tentando entender. Ele nada diz. Apenas fica me olhando com aquela cara de cachorro arrependido. Jimin, por outro lado, caminha até mim e sorri.

— Tenho uma coisa muito especial para te mostrar. - Por que sou completamente cadelinha dele? Se me pedir para latir, certeza que fico de quatro. — Seu amigo ali fecha o resto, né, Mino? - Jimin não espera pela resposta, apenas segura minha cintura e me guia para fora onde uma Van preta nos espera.

   Observo o carro por alguns segundos e começo a rir enquanto sento ao seu lado na parte de trás do veículo.

— Qual a graça?

— Seu carro parece aquelas vans saídas de filmes de terror. Ainda bem que te conheço, só assim para eu entrar tranquila num desses.

    Jimin se debruça sobre mim, o que faz seu rosto ficar a centímetros do meu. Eu juro que ainda vou morder esses lábios. Oh homem safado.

— Ainda assim posso ser perigoso. - Ele ajeita meu cinto de segurança e na sequência solta um riso abafado entre os dentes enquanto se afasta. - Não se preocupe. Vai saber quando estiver em perigo. - Água! Preciso de água e de uma calcinha nova. Essa aqui está encharcada.

    Aperto os joelhos um contra o outro, tentando controlar minha libido. Ótimo momento para ficar excitada, Alice! Por que não se esfrega logo nele de uma vez? Ah, é! Você já fez isso na noite que se conheceram. Percebo que minha reação é notada por ele e fico envergonhada.

    Logo sinto o toque de seus dedos em meu braço. Ele roça pele com pele percorrendo a extensão até meu ombro. Fecho os olhos para tentar controlar a vontade de me acabar naquela boca.

— Sua alça estava caída. - Que porra de voz gostosa. Porque você está fazendo isso, seu projeto de pequeno príncipe?

    Abro os olhos e o vejo próximo demais novamente. Deixo meus lábios entreabertos, esperando que ele dê o primeiro passo. Vai, Jimin, qualquer coisa! Juro que se você chegar um milímetro mãos próximo, eu jogo meu bom senso para o inferno e te agarro aqui mesmo.

— Chegamos.

   Comprimo meus lábios, obviamente frustrada com a interrupção do motorista e sinto o toque do polegar de Jimin em meus lábios.

— São lindos, então não os machuque assim. - Filho de uma mãe! Se isso não é provocar, então não sei o que é. Ele solta meu cinto. — Vamos, que estou animado para que veja isso.
Jimin abre a porta do carro e me auxilia a sair. Estamos ambos parados de frente a um prédio de três andares muito bonito e praticamente no coração de Gangnam.

— É um belo prédio. - Digo, olhando as belas portas duplas frontais em madeira trabalhada.

— Vem. Vamos entrar. - Jimin entrelaça nossos dedos e me puxa para dentro. Assim que passo pela porta, me deparo com enorme espaço vazio. — Sabe, passei os últimos dias pesquisando lugares para o nosso café. Aí lembrei desse aqui. Comprei a alguns anos atrás. Ia dar ele de presente para o Namjoon. Ele sempre quis montar a galeria de arte dele.

— Belo gesto. ‐ Comento admirando o espaço.

— Teria sido, se ele não tivesse tanta tralha e velharia. Acabou que chegamos a conclusão que não ia dar certo. Então pensei que seria o local perfeito para o nosso café.

— Realmente aqui seria perfeito. - Caminho até as grandes janelas frontais. Já posso imaginar um grande deck ao ar livre. Ou quem sabe um jardim de inverno.

— Vem que tem mais para olhar. - Ele me guia até o segundo andar. O espaço é amplo assim como o térreo. — Aqui podemos criar um escritório e também pode ser o depósito. - Olho para ele sorrindo. — Que foi?

— Nada! Só não sabia que já tinha pensado em tudo isso.

— Ficaria surpresa em saber como minha cabeça está desde que te conheci. - Seja mais claro, menino. Esse morde e assopra tá me matando. Se meu cabelo começar a cair, a culpa vai ser sua.

— E o andar de cima? - Mudo de assunto antes que as coisas percam o rumo de vez.

— Que bom que perguntou. Vem. - Subimos mais um lance de escadas, o observo colocar a senha e a porta se abrir. — É um apartamento. E, Alice, quero que se mude para cá, se aceitar que a cafeteria seja aqui. - O que? Oi? Como? Porque? Aí, minha cabeça.

— Quer que eu venha morar aqui?

— Sim. O lugar é seguro, vai facilitar sua vida e, para falar a verdade, quero que saia o quanto antes daquele lugar. - Meu olhar diz tudo. Estou confusa e curiosa.? Porque quer que eu saia assim tão rápido? — Assim aquele cara para de se intrometer na sua vida.

— Está falando do Mino? Ele não é uma má pessoa. - Digo caminhando pelos cômodos do apartamento. O lugar é muito bonito. A sala e cozinha são em conceito aberto, o que torna o lugar muito amplo. As janelas me dão uma bela vista de Seul. — Ele foi a primeira pessoa que conheci quando cheguei ao país e a única que me ajudou. - Digo, enquanto dou uma boa olhada na suíte maravilhosa que o local possui.

— E por isso ele acha que é seu dono? - Me viro para encarar um Jimin com ambas as mãos enfiadas nos bolsos da calça jeans oversize que está usando.

— Por acaso está com ciúmes? - Alice agora você foi longe demais. Fecha a boca, sua maluca.

— Não gosto do comportamento dele. - Espera.... Ele está mesmo com ciúmes? — Então se quiser chamar isso de ciúmes, que seja, cachacinha. - Ele bagunça meus cabelos. Quem você está chamando de cachacinha, seu pinguço profissional? — E aí? Aceita que seja aqui?

    Olho mais uma vez ao redor e então me sinto pronta para responder.

— Primeiro precisamos acertar o valor do aluguel. - Ele me olha como se eu fosse louca. — Não acha que vou morar aqui de graça, né?

— Que tal assim. Vamos somar o valor do aluguel as parcelas do investimento. Aí quando abrir ao publico, começa a me pagar mensalmente.

— Acho justo. - Jimin abre aquele lindo sorriso e me passa a senha do lugar.

— Perfeito então. - Descemos as escadas em silêncio e quando chegamos ao térreo, o celular dele toca.

— Fica à vontade, vou lá fora atender e já volto. ‐ O vejo desbloquear a tela e começar a se afastar. — Sim, Hyung!

    Olho com atenção aquela tela em branco. Me sento no chão, bem no meio daquela imensa sala. Abro minha bolsa, pego meu bloco de notas e um lápis e começo a fazer um esboço de como visualizo o lugar. Me perco naquele momento.

— Não sabia que você desenhava.

—  Pelo amor de Deus! - Dou um pulo quando a voz de Jimin vibra próxima ao meu ouvido. Não morro mais. Quase fiz xixi na calça, palhaço.

— Você está assustadinha, né?

— Muito engraçado. - Tomo o bloco das mãos dele.

— O desenho está lindo. Também tenho ideias para o lugar. - Jimin senta-se na minha frente.

— É mesmo? Me conta então.

— Que tal paredes verdes e amarelas? - Nem fudendo!

— Está brincando, né?

— Tema brasileiro. O que é mais brasileiro que essas cores. - Fico olhando para ele, tentando encontrar um resquício de que ele está brincando e então finalmente o peste começa a rir. — Estou brincando. ‐ A mão dele está sobre a minha e aquela sensação maravilhosa de êxtase toma conta de mim. Você devia falar o que está sentindo. Devia deixar ele saber antes que não consiga se controlar. — Vem, vou te levar para casa.

— Tá. - Não posso dizer que não estou decepcionada. Sempre nos afastamos quando acho que pode rolar algo.

    Voltamos para o carro e em menos de 15 minutos estamos parados em frente ao meu atual endereço.

— Posso te pedir uma coisa? - Jimin pergunta antes que eu saia do veículo. Concordo com a cabeça. — Se mude essa semana ainda. Se quiser, peço a uma staff para te ajudar a encaixotar suas coisas. – Mas quanta pressa!

— Eu até gostaria, mas preciso resolver algumas coisas antes. Preciso comprar móveis, os que tenho pertencem ao apartamento que ocupo.

— Não se preocupe com isso. Como locatário, é meu dever fazer minha parte. Apenas arrume suas coisas, certo?

    Penso em dialogar, mas, algo me diz que será inútil.

— Muito bem. Você venceu. Amanhã começo a levar as coisas aos poucos para lá.

    Solto o cinto e abro a porta. Já estou quase totalmente fora do veículo, quando o sinto pegar minha mão mais uma vez. O encaro por alguns segundos antes de vê-lo me soltar.

— Tchau, cachacinha.

— Até mais, Jimin.

    Meu peito vai acabar em pedaços se as coisas continuarem assim. Sinto meu coração ainda acelerado e definitivamente vou precisar de um belo banho gelado! Credo! Odeio água gelada. Tudo culpa desse garoto.
Saio do meu transe momentâneo e caminho até a porta de entrada do meu prédio. Começo a digitar a senha quando uma mão puxa meu ombro.

— Ahhh! - Me viro rapidinho e vejo a última pessoa que queria agora.

— Não queria te assustar. - Mino está com um semblante severo no rosto.

— Pois assustou. - Levo a mão ao peito, tentando controlar minha respiração e os batimentos também. — Está fazendo o que aqui?

— Só queria ter certeza que aquele cara te trouxe em segurança para casa. - Aquele cara? Mino você está estranho.

— Bom. Como pode ver, estou muito bem.

— Podíamos tomar alguma coisa. Sei lá. Como fazíamos antigamente. - Ele pede me deixando inquieta.

— Mino. Eu estou realmente muito cansada. Que tal fazermos isso no fim de semana?

   Ele não responde. Apenas me olha de imediato jeito estranho. Se tá querendo uma foto minha? Para de me olha assim. Mino da uns três passos na minha direção e isso me assusta.

— Senhorita! Está tudo bem? - Graças a Deus! — Esqueceu isso no carro.

— Obrigada JaeHyuk! - Santo motorista. Chegou na hora certa. — Está tudo bem. O Mino já estava indo embora, certo?

— Claro... Nos vemos amanhã no trabalho.

    JaeHyuk espera que meu amigo sumisse de vista ao virar a esquina e me entrega o bloco de notas.

— Melhor a senhorita entrar. - Pego o objeto de suas mãos e me curvo, agradecendo novamente.

    Me apresso em entrar e quando chego em meu apartamento, respiro fundo e me sento no sofá. Abro o bloco para acrescentar algumas cores ao meu desenho.

— Que isso? - Acabo encontrando um pequeno recado na página anterior.

" Adorei nossos planos. Ansioso pelos próximos. Ah! Antes que eu me esqueça... achei curioso o jeito que você reage quando sente desejo. Aperta os joelhos. Vou prestar mais atenção quando estivermos juntos."

Mas que filho da puta, safado. Brinca com a minha imaginação, vai, continua. A quem eu quero enganar? Estou adorando esse joguinho.

   

   

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