Evil In The Night | jjk + pjm

Capítulo 1

P.J.

É incrível como a coragem vem na mesma velocidade com que vai embora.

Apesar de acreditar que toda essa história de Jeon Jungkook, o vampiro, é apenas uma lenda, meu coração não parou mais de acelerar drasticamente desde que ditei palavras em grego em frente ao seu túmulo. Palavras, estas, que sequer sei o real significado.

Yoongi e Hoseok me olham atentos, mas percebo suas mãos trêmulas e o medo que percorre seus olhares. Eles não estão bem, se mostram aflitos e até um pouco perturbados pela espera.

Quinze minutos se passaram desde que fizemos o tal ritual e, até agora, nada aconteceu.

Não houve um brilho ao redor do grande túmulo, as pedras que seguram a tampa não se movimentaram, nenhum barulho foi ouvido por qualquer um de nós. Ainda assim, estamos aqui, esperando, olhando um para o outro, nervosos, apreensivos e até mesmo arrependidos.

— Suponho que estejam buscando a minha presença.

Com o som da voz grossa e levemente rouca, somada ao jeito que meus amigos se agarraram um ao outro e olharam para trás de mim, eu suponho que algo de errado não está certo. Quero dizer, frase idiota, é meio óbvio. Isso é o que o nervosismo é capaz de fazer a um ser humano naturalmente medroso.

Eu não quero girar meu corpo na direção da voz, mas não vejo saídas e, por isso, com muita relutância, eu o faço.

Sapatos sociais que parecem de séculos atrás – de fato; uma calça também social, de cor preta, que marca coxas grossas; camisa de mangas compridas, um tecido leve e com certa transparência, ainda que seja preto; um casaco vermelho e comprido; e o rosto, é indescritível.

Apesar de ter uma boca de lábios rosados que forma um lindo conjunto com os olhos escuros, meu coração não consegue se acalmar diante sua beleza. Eu nunca vi um homem tão bonito. Não só um homem, qualquer ser existente.

— E quem é você? — Faço a pergunta mesmo que a resposta seja um tanto óbvia.

Um sorriso quase cafajeste desponta por sua boca conforme ele dá mais um passo e gruda seu peito ao meu. Ele não é muito maior que eu, mas sua pose forte o dá um ar grandioso e que o faz parecer alguém extremamente superior a mim. A sensação me causa arrepios por toda a coluna.

— Jeon Jungkook. — Informa, como se não fosse óbvio. — E você, querido?

Sinto minhas bochechas arderem diante o modo que ele me chama, pego totalmente de surpresa por suas palavras e o modo a que veio me chamar. Quem ele pensa que é para ter intimidade a este ponto? E por qual razão não me sinto nada estranho em ter gostado disso?

— Não importa. — Tomo coragem para dizer após respirar fundo incontáveis vezes.

Mas o sorriso quase diabólico se alarga e sua mão, sorrateira, toma posse da minha e a leva até seus lábios, onde deposita um breve e frio selar. Engraçado como uma pele tão gelada é capaz de fazer minha pele queimar feito o fogo do inferno. Se é que lá tem mesmo fogo.

Nunca fui, como vou saber?

— Prazer em conhecer você, Park Jimin. — Ele diz.

E acho que a cor deve ter sumido do meu rosto, do mesmo jeito que minha alma vai com Deus ao entender que ele acabou de me chamar pelo meu nome. Park Jimin é mesmo meu nome? Eu sequer consigo raciocinar algo tão simples quanto isso agora. É informação demais para processar em frente a um homem tão bonito que parece reluzir feito ouro.

— Como sabe o meu nome?

— Você me deu sua alma, é o mínimo que eu devo saber.

Uma risada descrente me escapa assim que o ouço dizer tais palavras. Além de ter dormido por um século, ele ainda acordou com a mente lesada? É sério isso? Que vampiro doido.