Capítulo 5

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Segurar a mão de Jungkook se tornou a minha coisa favorita dentro do cinema. E eu sei que ele sabe ser o motivo do meu sorriso gigante, porque ele ouve o que eu penso e isso não saiu da minha cabeça por nenhum mísero segundo que fosse. Logo, ele tem total ciência do quanto me bagunçou com um pequeno gesto.

Quando o filme terminou, Hoseok e Yoongi decidiram que precisávamos jantar no shopping, por isso avisei meus pais e segui para a praça de alimentação com meus amigos e, bem... com Jungkook.

— O que querem comer? — Acabei perguntando a eles.

— Vontade de batata-frita. — Hobi fala. Ele e Yoongi não comem quase nada, geralmente apenas me acompanham para que eu não me sinta sozinho. Jungkook, então, nem se fala.

— Por mim pode ser isso também.

— E você, querido? — Jungkook indaga. — A sua alimentação é a mais importante aqui.

Olho ao redor e observo cada restaurante. A maioria serve besteiras, aquelas delícias gordurosas que certamente encurtam nosso tempo de vida. E é na direção de uma delas que eu ando, com o Jeon em meu encalço, enquanto meus amigos vão até um outro restaurante e pedem suas preciosas batatas-fritas.

— E você, Jungkookie? — O pergunto. — O que você quer comer?

— Você. — Ele dá de ombros.

E eu também, até me dar conta do que acabei de ouvir. Minhas bochechas ardem, mas ver seu sorriso contente com a provocação me deixa nas nuvens.

— Só para constar que isso não é uma brincadeira. — Ele afirma.

— Mas você quer no sentido literal? — Me assusto, virando de frente para ele. — Quer a minha energia? Você...

— Você entendeu tudo errado, querido. — Ele ri todo safado, soltinho como passou o dia inteiro.

E o fato de estarmos em um lugar movimentado e eu ser o centro de suas atenções me deixa perdido e fraco. Quando ele segura minha cintura com firmeza e aproxima a boca do meu ouvido, penso que estou prestes a desfalecer em seus braços caso ele me solte ou afrouxe um pouquinho que seja do aperto ao meu redor.

— Eu quero despir seu corpo inteiro, arranhar sua pele com minhas presas e deixá-lo todo molhado com a minha saliva. — Ele sussurra para que apenas eu ouça, e meu corpo todo estremece. — Eu quero mostrar como meu corpo tão frio consegue fazê-lo queimar de tesão e prazer, Ji.

Ele me encara, e o piercing que agora enfeita sua boca parece apetitoso. Mais que um lanche gorduroso.

— Contudo, serei paciente. Tenho a eternidade pela frente. — Ele sorri para mim. — Tenho a eternidade para convencê-lo de que não há alguém como eu no mundo.

E deposita um selar tão perto da minha boca, que eu me seguro em seus braços, rendido. Quase literalmente de joelhos por ele.

Sem saber o que dizer ou fazer, eu concordo com a cabeça e me aproximo da pequena fila no estabelecimento que era meu destino antes dessa confusão sentimental que ele me causou. E então faço o meu pedido de modo duplo, para que ele coma alguma coisa também, ainda que esta não faça o menor efeito em seu corpo.

É só pela satisfação mesmo.

Jungkook é um grande provocador e um safado nato, mas ele é cavalheiro e paga por tudo e ainda carrega a bandeja com nossa comida.

Só que sua provocação não terminou com aquelas palavras e o modo que me segurou pela cintura. Não. Porque ele come as batatas-fritas de seu combo enquanto repousa a mão em minha coxa e deixa minha perna trêmula. E eu não entendo o motivo de me sentir tão bagunçado desse jeito, mas eu me sinto e, não sei, estou gostando muito de me sentir assim.

Evil In The Night | jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora