Capítulo 6

352 66 52
                                    

Eu dormi a noite inteira nos braços de Jeon Jungkook, o vampiro, e ainda não sei muito bem como me sinto sobre isso. É uma sensação gostosa, mas estranha ainda assim, porque eu não entendo como ele se sente a respeito e isso me deixa muito confuso. Extremamente confuso.

Ter seu corpo contra o meu não me causou frio em nenhum momento, mesmo quando me escorei em seu peito desnudo e me senti esquisito com o fato de não haver batimentos cardíacos ou a sua respiração. Mas, apesar de tudo, não houve frio. Ele me aqueceu de algum modo e eu sequer sei como isso é mesmo possível.

Agora, acordar de frente para ele e perceber que seus olhos escuros me encaram de modo penetrante, é o suficiente para me deixar de pernas fracas e totalmente insano por imaginar onde tudo isso pode me levar.

Porque na minha mente é bem nítido o que vai acontecer.

— Bom dia, Ji. — Ele sussurra, e eu noto a mão presente em minha cintura, apertando com firmeza.

— Bom dia, Jungkookie. — Minha voz sai em um murmúrio. — Você... descansou bem?

Ele não me responde com nada além de um aceno e se aproxima mais, me deixando perdido. Seu nariz aspira meu cheiro em meu pescoço e arrepia toda a minha pele com o contato repentino.

Quando ele levanta a cabeça, vejo seus olhos mais escuros que o normal. E isso parece o deixar tão afoito quanto a mim mesmo.

— Você não precisa ter medo. — É o que me garante, colocando a mão gelada contra a minha bochecha. — Eu nunca vou machucar você.

— Mas... e se, hipoteticamente falando, você estivesse morrendo e precisasse da minha energia? — Acabo por indagar.

E eu sei que meus questionamentos são irritantes e bobos, até mesmo fúteis, mas não muda o quanto eu quero perguntar e ouvir suas respostas. Sua voz me traz calma e eu sei que isso é muito perigoso.

— Eu sou imortal, caso não se lembre. — Ele ri. — E ainda que isso seja uma situação hipotética, eu não aceitaria. Eu "morreria", mas não tiraria uma gota sequer do seu sangue ou da sua energia.

— E se a escolha fosse minha?

— Você só pode escolher me dar, eu ainda tenho o poder de aceitar ou não. — Ele dá de ombros. — Esse assunto tão cedo da manhã, Ji? Você podia me dar outra coisa que também gasta energia.

— Insuportável.

Me viro de costas para ele feito uma criança emburrada, mas o modo que seu peito se gruda em mim outra vez faz minha respiração acelerar.

— Eu não poderia provar, Ji. — Ele sussurra. — O que seu cheiro me causa é surreal e eu sei que seu gosto deve ser tão incrível quanto. Talvez eu não tenha controle para parar.

— Eu não tenho medo. Você disse que não seria capaz de me machucar e você não pode mentir.

Ele ri baixinho contra a minha pele, me inebria com o formato de seus lábios sorridentes em meu pescoço e outra vez eu me arrepio por inteiro.

— Você está seguro comigo, relaxe. — Afirma.

Mas, então, algo se passa pela minha cabeça e não me importo de virar o corpo de frente para ele outra vez. Ele me encara atento e sua mão repousa em minha cintura uma vez mais, me deixando mole e rendido.

— O que exatamente significa que minha alma o pertence?

Eu não tinha mais pensado nisso desde o dia em que descobri o que minha frase em grego significava. Mas isso me assusta de algum modo, saber que pertenço a ele é enervante e me deixa ansioso. É estranho.

Evil In The Night | jjk + pjmWhere stories live. Discover now