Capítulo 21

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Acho que em toda a minha vida, eu nunca me senti como me sinto agora. E, ok, eu ainda nem cheguei aos trinta anos, mas não muda o fato de que vivi o suficiente para, talvez, ter vivenciado algo tão intenso quanto o que me domina nesse momento.

Porque existem apenas duas opções: a) eu estou sonhando; ou b) o coração de Jungkookie está batendo.

E batendo muito, muito rápido.

Ao levantar minha cabeça e olhar para ele, eu vejo uma lágrima sorrateira escorrer por sua bochecha branquinha. Ele segura minha cintura com mais força, como se tivesse medo de me ver correndo para longe ou algo assim.

— Eu preciso de um momento, Ji. — Ele sussurra, e mais lágrimas se acumulam em seus olhos e escorrem por suas bochechas.

E eu o dou o tempo que ele precisa, mesmo que me sinta confuso. Estar nos braços de Jungkook me acalma, e eu sei que ele vai me explicar tudo com calma quando se sentir melhor. É por isso, que não fico afobado e nem o enchendo de perguntas. Eu apenas acaricio seu rosto, deixo beijos por sua bochecha e queixo, e faço carinho em sua coxa com meu pé.

É uma situação tão confortável, que me sinto em casa, mesmo que ainda me encontre como vim ao mundo.

Nós dois ainda estamos sem roupas, nós ainda precisamos sair daqui e tomar um banho. E lembrar o motivo do meu suor, me faz ficar com vergonha de repente e eu prontamente escondo o rosto em seu peito.

— Quer tomar banho, Goo? — É o que o convido a fazer, pensando que isso talvez o ajude a raciocinar melhor.

— Eu sei que você quer conversar, bebê. — Ele responde, finalmente se sentando e me trazendo para seu colo uma vez mais.

— Sim, mas... estou me sentindo um pouquinho sujo. — Digo baixinho, tímido, e recebo um abraço tão apertado em resposta, que só quero sorrir até o meu último segundo de vida.

— Sabe o que você é? — Ele pergunta.

— O que?

Todinho meu. — Ele ri, tão faceiro que eu só fico mais e mais bobo com seu jeito.

Ele se levanta do chão comigo em seu colo e eu me seguro em seus ombros. Eu adoro ser carregado por ele feito um bebê. Mesmo que não tenhamos tanta diferença de altura, o fato de ele ser mais forte faz com que ele consiga andar comigo desse jeito sem fazer o mínimo de esforço.

Ao que chegamos no banheiro, ele me coloca no chão e liga o chuveiro sem me soltar por nenhum instante, e eu começo a achar seu comportamento um pouco estranho por conta disso.

Nós tomamos banho e trocamos beijos e carícias, mas nada muito grandioso. É apenas um aconchego gostoso sob a água, e ser cuidado por Jungkook é delicioso sem precisar de nenhum ingrediente a mais. Mas eu não consigo entender direito o que está acontecendo com ele.

Porque, sinceramente, eu sou lerdo e não entendo tudo tão rápido assim.

— Goo, está tudo bem? — Decido perguntar quando ele me enrola em uma toalha, vendo-o sorrir para mim mais feliz ainda. — Você está estranho.

— Não, Ji, eu estou sentindo. — Ele diz, com a boca próxima da minha. — Depois de mil anos, eu finalmente estou sentindo.

Meus olhos se enchem de lágrimas com sua colocação, porque me sinto vulnerável e estranho repentinamente e não sei o que fazer, o que dizer ou como agir. Eu não pensei que isso fosse acontecer, que seu coração fosse começar a bater do nada. Ainda mais porque eu não fiz nada, fiz?

— Ji... — Ele chama, deslizando o dedo por minha bochecha para capturar uma lágrima. — Eu amo você, meu bebê manhoso.

Meus olhos se arregalam na mesma hora em que as palavras saem por sua boca.

Evil In The Night | jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora