Capítulo 29

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Ele levanta a minha cabeça, me beija como sempre, aquele beijo delicado mas ardente. O abraço reconfortante, como se fosse a minha casa, o meu porto seguro, o seu cheiro inebriante. Me afastei para olhar, ele tinha uma camiseta branca vestida abotoada até o meio, bermuda bege, pés descalços, cabelo molhado e um grande sorriso.

-O que é tudo isso? - ele aninhou no meu pescoço -

-Faz um tempo que quero te contar, o motivo de não poder ir para a praia, mas eu tive ajuda. Para esconder o motivo, a sua irmã, a minha mãe e as meninas me ajudaram.

-Isso é um complô contra mim? Me senti ofendido agora - ele riu, beijando a minha pele -

-Não bobo - ri o puxando para a cama -

-Hey, ainda não tá na hora de foder - ele riu -

-Eu sei que não - eu ri - Mas o que tá naquela caixa ali é importante. - apontei para caixa branca entre o meio nos os dois -

-Ah a famosa caixa que eu não podia ver até alguns minutos atrás - ele soou irônico -

-Sim. Bom e hmm, não sei como te contar, ainda mais que não ensaiei nada para lhe dizer, mas acho que a caixa fala por si só, quando a abrir vai perceber o que quero dizer.

Ele todo desconfiado pegou a minha mão, para segurar a caixa, colocando a sua por cima, puxando só de uma vez, pequenos balões brancos saltaram da caixa, uma roupa de mergulho infantil, conchas, dois colares estavam na caixa, com um pequeno bilhete.

Querida e querido papai e mamãe, sei que não fui muito bem planejado, mas sei que vou ser muito amado por todos nesta grande família, eu só queria que soubesse o quanto estou feliz por saber que vocês serão os meus papais. A titia organizou tudo isso para contar que sou um menino, foi muito difícil ela esconder tudo isso da mamãe, ainda pior esconder isso tudo do papai que vigia a minha doce mamãe quase 24 horas por dia, ah a minha vovó ajudou a minha titia a esconder e planejar tudo. Sei que é um período difícil para você mamãe, por causa dos campeonatos do papai, mas tenta ficar calma, papai tenta não deixar a mamãe muito nervosa que ainda sou um grãozinho de feijão, mas já dou muito trabalho a minha mamãe. Eu amo vocês com carinho baby Miller.

-Eu vou ser papai? - ele me olhava com os olhos marejados -

-Sim - eu sorria enquanto chorava -

-De um menino?

-Sim.

-Meu Deus - ele abriu a porta do quarto e saiu gritando em todas as línguas que sabia que seria pai-

Todos os hóspedes saíram sem entender o que acontecia, mas batiam palmas em solidariedade. Michelle saiu do nosso quarto segurando um buquê de rosas azuis.

-Parabéns querida cunhada. - ela me abraçou -

-Obrigada - as lágrimas ainda estavam caindo sem parar enquanto Nash parecia uma criança eufórica pulando -

-Já sabem o nome que vão dar ao bebé?

-Eu já tenho uma vaga noção.

No dia 15/05 às 15:15 Ethan Jacob Miller, veio ao mundo com um choro estrondoso. Havia herdado os meu cabelos escuros, mas os olhos do pai, na realidade até a teimosia era do pai. Lutou quase a noite toda no hospital para mamar, depois de exausta, consegui tomar um banho e descansar por alguns minutos, enquanto Nash e o restante da família babava o nosso filho que logo despertou em busca de mais leite.

-Vou ficar com ciúmes do nosso filho. - ele disse em meio a escuridão do nosso quarto -

-Por que diz isso? - o questiono -

-Porque ele pode mamar em livre demanda em você, já eu nem sei quando vou poder te tocar novamente - ele choramingou -

-Seu pervertido - ri baixinho, enquanto Ethan estava capotado de tanto leite que já havia mamado, o leite derramava pelos cantos da sua boquinha - Olhando assim para você até parece que passou nove meses sem foder.

-É não passei? - ele se sentou do meu lado admirando o nosso filho -

-Não idiota - soquei de leve o seu ombro com a mão livre - Esqueceu que algumas horas antes do nosso filho nascer, ainda te montei como se não houvesse amanhã? - ri envergonhada -

-Você é uma gravida fora do normal, nunca vi tanto apetite sexual.

-Sou uma pessoa única - mostrei a língua para ele -

-Única para mim - ele beijou a minha testa, enquanto o nosso filho segurava o seu dedo com a pequena mãozinha -

Depois de uns meses eu poderia jurar que pari o meu marido, o nosso filho era igualzinho ao Nash, tudo tinha de ser quando ele queria. Os primeiros meses foram calmos, com a minha mãe, a mãe de Nash e Michelle em casa e Carols foi tudo muito tranquilo até os 4 meses quando Ethan começou a entender as coisas melhor, ele escolhia as coisas dele, fazia graça ainda quando as coisas não corria do jeito que ele queria. Nash o mimava desde o início.

Nosso dia a dia era acordar e passarmos um tempo em família, sentávamos Ethan conosco a mesa, para ir se habituando porque logo sua introdução alimentar iria começar, mas o pai dele tinha de estar do lado dele, não podia nem sonhar em chegar perto de Nash ou o chororô era grande, Nash o balançava por toda a casa, aumentando as gargalhadas matinais, tomávamos um banho de sol, brincávamos com ele na sala, após o almoço era a soneca de Ethan, então entre o almoço tirava o leite, para aproveitar um curto momento com o meu marido.

Quando Ethan dormiu um dia próximo de completar os seus seis meses eu e Nash queríamos muito dar uma rapidinha, então assim que Nash fechou a porta do quarto de Ethan, eu pulei sobre o meu marido arrancando as suas roupas pronta para ele me preencher, quando ele mordiscou o meu peito, espirrou leite para todo o lado, rimos da situação caídos na cama nus. Acabamos por adormecer colados um ao outro.

Depois dessa fase conturbada, tudo começou a se encaixar. Ethan cresceu rapidamente, seguia fielmente o seu pai, o primo Kevin que agora já era um adolescente, Aurora que era uma bela jovem e as suas primas de NY quando nos vinham visitar Selina e Kate. Quando Ethan atingiu dois anos eu descobri que estava grávida novamente.

Era um dia ensolarado da primavera, estávamos todos sentados na praia, para fazermos um piquenique que era o que Ethan mais gostava, estava sentada na toalha em volta do Marshall que já era um velhinho, mas nunca o deixávamos para trás. Tom já tinha nos deixado a pouco mais de três meses, ainda estava processando tudo isso, afinal ele foi uma parte importante da minha vida. Estava alisando a minha barriga, pensando na minha garotinha enquanto via os dois homens da minha vida correndo na areia, Marshall tinha a cara afundada no meu colo.

-Meninos! Venham comer- gritei -

-Já vamos meu amor - Nash gritou de volta, enquanto ele jogava Ethan para cima, o mesmo se divertia em correr na borda da praia, a água. -

-Mamãe, mamãe - ele dizia sorridente -

-Diz meu querido bichinho do mar.

-Conxinha - ele estendeu a mão com algumas pequenas conchas -

-Obrigada meu amor - peguei as pequenas conchas da sua mão e o enchi de beijos - Acho que a sua mana vai gostar muito.

-Mana?

-Vamos ter outro bebé? - Nash olhou para mim -

-Sim meu amor - beijei -

-Vais ter uma irmãzinha meu fofinho.

É assim que o início da minha vida estava começando. Ali minha familia estava sendo formada por mim, Nash, Ethan e Maya. 


The Irritant.Where stories live. Discover now