CAINDO

212 11 41
                                    

"Olá, glr, blz? Passando aqui só para falar que a versão em eBook de Zayan do Espaço tá R$5,00 lá na Amazon. Aqui ele está inteiro de graça, mas quem quiser e puder ajudar, agradeço muito. Ótima leitura, divirta-se! :) Link aqui nas minhas conversas, na bio e no final deste capítulo. Basta clicar em "link externo".

Zayan não sabia mais de onde vinha. Só sabia que abria os olhos lentamente, e percebia o lugar em que se encontrava. Era uma cápsula criogênica, envolvida pela negridão do espaço cheio de estrelas. O homem respirava por um aparelho, que enfiava canos grossos em seu nariz, conduzindo oxigênio até seus pulmões.

Com dificuldade, o tripulante enxergou um grande planeta verde, que aparecia através do vidro. Também notou que, aos poucos, ele se achegava da atmosfera. A nave esquentava, fazendo tudo tremer. Com apenas os impulsos biológicos que tinha no sangue, apertou bem as vistas, escutando o longo som do veículo queimando intensamente.

Após o que se pareceram segundos sem fim, o objeto bateu no solo do planeta, e tudo tremeu. Graças aos dispositivos que o seguravam, nada de grave lhe aconteceu, com exceção da amnésia. O vidro de repente foi ejetado para fora, e pôde puxar os canos que lhe nutriam os alvéolos, os quais saíram com facilidade.

Lentamente, pôs-se de pé. Percebia que o estado de seu corpo era frágil, mal conseguindo equilibrar-se; mas logo conteve-se, ficando ereto. A paisagem ao seu redor era de extremo verde, altas árvores brilhando ao toque de um sol amarelado. Zayan logo notou que estava nu, pois sentia o calor da brisa tocar-lhe a pele branca.

Podia sorver o ar em demorados suspiros. Balançou os cabelos longos e castanhos, pulando na relva fofa.

Que lugar era aquele? Em que planeta estava? A única coisa que tinha certeza era do próprio nome, e da sensação de estar vivo. Foi andando meio torto, em direção das árvores que se levantavam no horizonte. Pensou que poderia pegar nelas frutas doces, ou qualquer coisa que fosse capaz de o alimentar.

Deu três passos miseráveis, quando escutou alguma coisa guinchar não muito longe. Apertando os olhos, direcionou o crânio grosso na direção do ruído, vendo brotar de arbustos espessos mãozinhas magras. Além dos membros superiores extremamente esqueléticos, surgiu da floresta uma criatura completa, de forma humanoide. Tinha orelhas muito longas, com pontas finas. Os olhos amarelados lacrimejavam num ódio indecifrável, enquanto entre os dedos uma longa faca de ossos jazia.

— Quem vem lá? — disse Zayan, na língua que naturalmente sabia falar.

O ser respondeu-lhe com guinchos indistinguíveis, o corpo esverdeado e peludo sacudindo para lá e para cá. Parecia não estar disposto a conversa. Sem saber de onde, um instinto de luta brotou na mente de Zayan, espalhando-se até as pontas de seus dedos. Fechou-os em socos, o foco dos nervos totalmente centrado naquele momento de defesa. A criatura não mais esperou, partindo ao ataque na direção da montanha de músculos. Chocaram-se um com o outro, muitos movimentos esquentando o ar. Com habilidade, Zayan agarrou-lhe a mão com a faca, torcendo-a para baixo. Os ossos quebraram-se na mesma hora, fazendo o bicho gritar em desespero.

Então, punhos firmes e severos atingiram a cabeça do maldito, quebrando-lhe os dentes numa inundação de sangue escuro. Ele foi lançado ao chão, e o humano da cápsula aproveitou para firmar-lhe um chute sangrento. A criatura morreu sem ar, suas costelas completamente trucidadas.

Zayan podia apenas vislumbrar aqueles olhos amarelados, agora vidrados nas nuvens do céu. A fisionomia do ser parecia-se com a dele, mas claramente terrível em todos os aspectos. Talvez um demônio, ou algo pior.

Viu a faca, percebendo nela a capacidade de servir-lhe de arma. Sem perder mais tempo, agarrou-a com a mão direita, feliz com o instrumento que agora lhe serviria para possível caça. O mundo se lhe apresentava imenso, cheio de possibilidades e vastidões.

ZAYAN DO ESPAÇOWhere stories live. Discover now