quatro: desfile

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FRANÇA – PARIS
PONTO DE VISTA DE NEYMAR

— E aí, conseguiu falar com a Bruna? — Jota perguntou, enquanto se aproximava e se sentava no sofá.

— Não. Eu liguei várias vezes, mas ela não atendeu nenhuma das minhas chamadas. — Respondi, me sentando ao lado dele no sofá. — E você, Rafa? Conseguiu falar com ela? — Olho para a minha irmã, que apenas balança a cabeça, negando.

— Eu entrei em contato com o Leo Dias. — Meu pai entrou na sala, chamando a nossa atenção para ele. — Falei que se ele não retirar aquela matéria ridícula do ar, nós vamos processá-lo.

— E o que ele disse? — Rafaella perguntou, curiosa.

— Não adianta. Ele não vai fazer isso. E, caso ele resolva fazer, não vai adiantar de nada. Isso já se espalhou pelo o mundo todo. Todos os sites, páginas de fofocas e até mesmo os jornais, só falam sobre isso. O estrago já foi feito, não tem como reverter. — Suspirei frustrado.

— Ele disse que tem como provar tudo que escreveu naquela matéria. — Meu pai se sentou no outro sofá, olhando diretamente para mim. — Mas que só vai entregar as provas para você.

— Vocês sabem que isso é uma completa mentira, né? — Acho que tô tentando convencer mais a mim mesmo de que isso é uma mentira, do que a eles. — A Bruna não seria capaz de fazer isso comigo. Isso é muito grave, eu não consigo acreditar que ela seria capaz de fazer isso comigo.

— Eu também achava isso, filho. Mas já se passaram dias e a Bruna não se pronunciou. Não negou e nem confirmou nada. Então, eu acho que podemos considerar a ideia do Leo Dias estar falando a verdade. — Meu pai disse.

— Concordo com o tio Ney. Eu acho que o Leo Dias não seria tão burro em inventar algo tão grave assim. — Gilmar comentou, me fazendo encará-lo.

— Eu não quero nem pensar na possibilidade disso ser verdade. Não quero acreditar que ela tenha feito isso comigo, não quero acreditar que ela teve dois filhos meus e escondeu as crianças de mim esse tempo todo. — Suspirei pesadamente, esfregando as mãos no rosto.

— E a dona Neide? Você conseguiu falar com ela? — Rafaella perguntou.

— Ela disse que tá tentando falar com a Bruna, mas não consegue. Ela não atende as ligações, não responde as mensagens. — Respondi.

— Viu só? Tá aí, mais um motivo pra você começar a considerar que tudo isso seja verdade. — Gilmar disse.

— Olha, o único jeito de você resolver isso é ir nesse desfile hoje à noite e confrontar ela.  — Jota sugeriu e eu concordei.

— É, vou fazer isso. — Levantei pegando meu celular e subindo as escadas.

Entrei no meu quarto, fechando a porta atrás de mim e me sentando na cama. Respirei fundo e peguei meu celular, discando o número da Bruna mais uma vez, na esperança de que ela atendesse dessa vez. Mas assim como nas tentativas anteriores, a ligação foi direto pra caixa postal.

Já que ela não atende as ligações, então eu mesmo terei que ir até ela. Eu não posso perder essa oportunidade de resolver essa situação cara a cara. Eu não posso esperar mais, eu preciso ir ao desfile da Dior e encarar a Bruna, olhar nos olhos dela, e perguntar se aquela matéria é verdadeira.

Sem mais hesitação, peguei meu terno e comecei a me arrumar.

Assim que terminei de me arrumar, desci para a sala, encontrando o Jota e o Gilmar já arrumados.

VESTÍGIOS DO NOSSO AMOR ▪︎ Brumarحيث تعيش القصص. اكتشف الآن