dez: a audiência de guarda está marcada para a próxima semana

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ESTADOS UNIDOS – MIAMI
Uma semana depois...
PONTO DE VISTA DE BRUNA

Uma, duas, três, quatro.

Essa era a quantidade de vezes que a minha campainha havia tocado. E, eu não estava nem um pouco disposta a levantar para abrir a porta.

Estou trancada no meu quarto há dias, ou até mesmo semanas. Nem sei mais. Perdi completamente a noção do tempo desde o dia que o Neymar levou os meus filhos.

Eu ainda não consigo acreditar que ele teve mesmo a coragem de tirar os meus filhos de mim. Eu sei que eu merecia isso. Mas mesmo assim, não consigo aceitar.  Eu me sinto perdida, desorientada e completamente sem esperança.

Eu abri mão de muitas coisas por causa da minha carreira, por causa da minha ambição de ser uma estrela de cinema, mas agora percebo que nada disso importa sem minhas crianças ao meu lado.

Meus pensamentos foram interrompidos por um barulho vindo da sala, como se alguém estivesse tentando abrir a porta. Rapidamente, saltei da cama e peguei a primeira coisa que vi pela frente para me defender.

Quando cheguei na sala, a luz foi acesa repentinamente por Juliana. Ambas nos assustamos e demos um grito.

— Porra, Juliana! Quer me matar?! —  Reclamo, com a respiração um pouco falha. — Como você conseguiu entrar?

— Eu tenho as chaves, esqueceu? — Levantou a mão, balançando as mesmas.

— Tinha esquecido disso. — Suspirei pesadamente. — O que você veio fazer aqui?

— Eu estava preocupada com você. Você não atendia as minhas ligações, não respondia as minhas mensagens. Eu resolvi vir pessoalmente ver como você está. — Explicou. — Por que você tá segurando uma escova de cabelo? — Franziu o cenho confusa e eu olhei para a escova de cabelo na minha mão.

Eu caminhei até o sofá, deixando a escova de cabelo em cima da mesa de centro – ou pelo menos o que sobrou dela, já que destruí metade da casa quando o Neymar levou meus filhos.

— Eu achei que fosse alguém tentando invadir e peguei pra me defender. — Explico e me sento no sofá, observando o caos que estava na sala.

— Uma escova de cabelo? É sério? — Ela colocou a bolsa sobre o braço do sofá e se sentou ao meu lado.  — E como você ia se defender com uma escova de cabelo caso fosse alguém tentando invadir aqui?

— Existem várias formas de matar uma pessoa com uma escova de cabelo, sabia?

— Que horror, Bruna! — Me olhou horrorizada e eu soltei uma risada fraca. — Idiota. — Empurrou meu ombro de leve. — Nossa, essa sala tá um caos!

— Isso é porque você ainda não viu o meu quarto.

— Você só saiu do quarto agora, né?

— Como você sabe? — Levantei, indo até a cozinha. Abri a geladeira, pegando uma garrafinha de água, abrindo e tomando um gole.

— Eu te conheço. — Eu me virei para ela. — Você não pode continuar assim, Bru. Você precisa reagir.

— Eu sei. — Suspirei cansada e deixei a garrafinha de água sobre a pia. — Mas eu não sei o que fazer, Ju. Eu não consigo pensar em nada, além de ficar trancada no quarto, pensando em como tudo poderia ter sido diferente se eu não tivesse feito o que fiz...

VESTÍGIOS DO NOSSO AMOR ▪︎ BrumarWhere stories live. Discover now