catorze : leilão

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𝐁𝐑𝐀𝐒𝐈𝐋 - 𝐒𝐀̃𝐎 𝐏𝐀𝐔𝐋𝐎

𝐏𝐎𝐍𝐓𝐎 𝐃𝐄 𝐕𝐈𝐒𝐓𝐀 𝐃𝐄 𝐍𝐄𝐘𝐌𝐀𝐑

Enquanto fazia os últimos ajustes no meu terno para o leilão do meu instituto, ouvi a campainha tocar. Sem dar muita importância, aguardei que a empregada atendesse a porta.

Poucos segundos se passaram até que, para minha surpresa – nem tanta –, a Bruna entrou na sala com uma caixa enorme em suas mãos, que eu logo reconheci.

Ela colocou a caixa com certa brutalidade sobre a mesa de centro, mostrando sua irritação desde o momento em que pôs os olhos em mim.

— Que bom que recebeu o meu presente. — Sorri forçadamente para ela. Ela franziu a testa, ficando ainda mais irritada com meu comentário, mas não permiti que a raiva em seu rosto me incomodasse. Era divertido provocá-la.

— Tá de palhaçada com a minha cara?!

— O que foi? Não gostou do vestido? Pensei que combinaria perfeitamente com você. Você fica muito bem de vermelho. — Provoquei, mantendo o tom sarcástico.

Ela bufou de raiva, cruzando os braços e lançando-me um olhar de desprezo.

— O que isso significa? — Apontou para a caixa em cima da mesa de centro, enquanto mantinha seu olhar em mim.

— Isso significa que eu te dei um presente e quero que você use ele hoje a noite. Simples assim, Bru. — Dei de ombros.

— Como é? — Franziu a sobrancelha e eu não pude evitar rir.

— Sabe que dia é hoje, não sabe?

— Vai a merda, Neymar. — Ela bufou, irritada e se virou para sair dali.

— Hoje é o leilão do meu instituto. — Ela se virou, me olhando com indiferença.

— E daí?

— E daí, Bruna... — Eu me aproximei dela. — Que você vai comigo. Você vai ser a minha acompanhante.

Ela ficou em silêncio por alguns minutos, antes de começar a rir.

— Você é um ótimo piadista, Neymar. Olha, se você quiser desistir de ser jogador de futebol um dia, você investe na carreira de humorista que vai dar super certo. — Debochou, me fazendo revirar os olhos.

— Hahaha. — Forcei uma risada. — Eu estou falando sério, Bruna. Você vai comigo.

— Muito obrigada, mas eu recuso o seu convite. Tenho coisa melhor para fazer.— Sorriu falsa e se virou para sair novamente.

— Isso não é um convite. Você vai comigo. — Ela se virou lentamente, se aproximando mais de mim.

— Ah é? E o que te faz pensar que eu vou? — Cruzou os braços, me encarando com deboche.

— Bom. — Estalei a língua. — Eu tenho dois ótimos motivos para isso. — Sorri presunçoso. — Número um, se você não for comigo, você não vai ver a Sophie e o Matteo por um bom tempo. E número dois, eu posso fazer uma ligação para o Leo Dias e conceder a entrevista que ele tanto sonha em ter, falando sobre você ter escondido os nossos filhos de mim.

VESTÍGIOS DO NOSSO AMOR ▪︎ BrumarWhere stories live. Discover now