VESTÍGIOS DO NOSSO AMOR ▪︎ Brumar

dezesseis: Acho que já é tarde demais para arrependimentos.

𝐁𝐑𝐀𝐒𝐈𝐋 – 𝐑𝐈𝐎 𝐃𝐄 𝐉𝐀𝐍𝐄𝐈𝐑𝐎

𝐏𝐎𝐍𝐓𝐎 𝐃𝐄 𝐕𝐈𝐒𝐓𝐀 𝐃𝐄 𝐍𝐄𝐘𝐌𝐀𝐑

— Isso parece até perseguição, senhor! Eu não tenho um momento de paz. — Bruna resmungou, revirando os olhos ao me ver ali.

Abri um sorriso sarcástico, o que fez com que ela me lançasse um olhar mortal.

— Eu não estou perseguindo você. O mundo não gira ao seu redor, sabe disso, né? — Falei e ela revirou os olhos. — Eu também fui convidado, conheço o dono da casa. — Dei de ombros. — Ou você esqueceu que conheceu o Raphael no leilão do meu instituto?

Ela respirou fundo e passou as mãos pelos cabelos, claramente começando a perder a paciência.

— Não, não esqueci. — Ela sorriu cinicamente. — Aliás, essa foi a única coisa boa que aconteceu naquela noite. — Sua voz saiu com uma pitada de provocação.

Senti uma raiva quase que incontrolável, invadir meu peito, enquanto ela me encarava com diversão.

Não cai na pilha dela, Neymar....

Respirei fundo, tentando manter a compostura.

Não vou deixar ela me tirar do sério.

— Que seja. — Dei de ombros outra vez, fingindo indiferença. — Eu preciso conversar com você, agora.

— Eu não tenho nada para falar com você. — Ela desviou o olhar para a Sasha, que estava em silêncio, olhando para nós dois. — Vou pegar uma bebida mais forte.

Sasha assentiu, enquanto Bruna se afastou, indo até o bar.

Depois de alguns minutos, ela voltou com um copo de whisky, que ela logo tomou um gole rápido, enquanto me encarava com fúria.

— O que você ainda está fazendo aqui?  Vai curtir a festa, me deixa em paz.

— Eu estou falando sério sobre querer conversar com você, Bruna. — Falei, tentando manter a calma.

— O que você quer? Você já tomou a guarda dos meus filhos, malmente deixa que eu os visite, o que mais você quer de mim, Neymar? — Seu tom de voz estava carregado de ressentimento.

Engoli em seco. Aquelas palavras ecoaram em minha mente, despertando a consciência do quanto nossos conflitos estavam afetando não só a nós dois, como também aos nossos filhos.

Eu não queria que fosse assim, que eles se tornassem reféns dessa "guerra" entre nós. Mas, ela também não queria colaborar.

— Bruna, eu...

— Não, Neymar. Dessa vez, você vai me ouvir. — Ela se inclinou para à frente, me encarando com determinação. — Eu sei que cometi um erro escondendo a Sophie e o Matteo de você, um erro terrível. E eu me arrependo amargamente, todos os dias, por ter feito isso com você, com eles, por ter privado os meus filhos de ter um pai. Mas você não tinha o direito de fazer o que fez.

Olhei diretamente em seus olhos, procurando qualquer resquício de mentira. Era difícil acreditar nela depois de tudo que ela fez.