dezessete: Eu não preciso de você para me dizer o que fazer com a minha vida.

693 40 44
                                    

𝐁𝐑𝐀𝐒𝐈𝐋 – 𝐑𝐈𝐎 𝐃𝐄 𝐉𝐀𝐍𝐄𝐈𝐑𝐎

𝐏𝐎𝐍𝐓𝐎 𝐃𝐄 𝐕𝐈𝐒𝐓𝐀 𝐃𝐄 𝐍𝐄𝐘𝐌𝐀𝐑

A minha paciência estava por um fio.

Afastei bruscamente a mão dele do meu ombro, e o encarei com fúria. A vontade de socar a cara dele era quase irresistível, mas eu consegui me controlar.

— Então ela te contou? Já estão tão íntimos assim, é? — Olhei de relance para a Bruna, que estava olhando para nós dois, com uma expressão de surpresa e confusão.

— Não, não foi ela. Você esqueceu que nós frequentamos praticamente os mesmos lugares? As pessoas falam, Neymar.

Cerrei os punhos, sentindo meu sangue esquentar cada vez mais.

— Quer saber? Vai a merda. Isso não diz respeito a você, nem as pessoas dos lugares que você e eu frequentamos. Isso só diz respeito a Bruna e eu. — Retruquei.

— Realmente. Mas sabe de uma coisa? Eu não acho que ela errou em ter feito isso, em ter escondido as crianças de você.

— Como é? — Me aproximei mais, parando em sua frente.

— É isso aí que você ouviu, cara. Eu, no lugar dela, teria feito o mesmo. Você é tão irresponsável, egoísta e desprezível, que...

Aquela provocação foi a gota d'água.

Sem pensar duas vezes, acertei um soco no rosto dele, antes que ele pudesse ter a chance de completar sua fala.

Tudo que eu queria naquele momento era descontar toda minha raiva, minha frustração, em alguém, e ele era o alvo perfeito para isso.

As pessoas ao nosso redor começaram a gritar, tentando nos separar. E, antes que eu pudesse acertar o Raphael mais uma vez, os seguranças apareceram, me segurando e me afastando de perto dele.

Olhei para Bruna, que estava ao meu lado, me olhando com os olhos arregalados.

— Neymar, pelo amor de Deus! Se controla! — Ela implorou, agarrando meu braço com força.

A ignorei, me soltando do seu aperto e saindo de perto dela.

O local estava em um silêncio constrangedor, todos os convidados observando a cena em choque e com curiosidade.

— Isso foi pra você aprender a não se meter em assuntos que não são da sua conta. — Apontei para o Raphael, que estava sendo ajudado pelos seguranças. — Babaca.

[•••]

Bati a porta atrás de mim com força, chamando a atenção da minha irmã e do Jota, que estavam sentados no sofá da sala.

— Achei que você fosse ficar até tarde lá na festa do... — Rafaella começou a falar, mas logo parou. Ela franziu a testa, me analisando. — Sua sobrancelha tá cortada e o seu olho tá inchado...

— É sangue na tua camisa? — Jota apontou para a minha camisa, onde havia alguns resquícios de sangue.

— É. — Respondi e segui até a cozinha.

Não demorou para eles virem atrás de mim, querendo saber o que havia acontecido.

— Briguei com o babaca do Raphael. — Respondi, enquanto colocava uma bolsa de gelo no meu olho. Os dois abriram a boca em choque.

VESTÍGIOS DO NOSSO AMOR ▪︎ BrumarOnde as histórias ganham vida. Descobre agora