VESTÍGIOS DO NOSSO AMOR ▪︎ Brumar

quinze: Você e o Raphael viraram amiguinhos agora?

𝐁𝐑𝐀𝐒𝐈𝐋 - 𝐒𝐀̃𝐎 𝐏𝐀𝐔𝐋𝐎

𝐏𝐎𝐍𝐓𝐎 𝐃𝐄 𝐕𝐈𝐒𝐓𝐀 𝐃𝐄 𝐁𝐑𝐔𝐍𝐀

— Boa noite, Bruna. — Laura me recebeu com um sorriso simpático, mas claramente forçado, assim que abriu a porta da casa do Neymar para mim.

Eu apenas a ignorei e entrei na casa, procurando os meus filhos.

Avistei Sophie sentada no sofá, assistindo desenho na TV, mas assim que me viu, ela saltou do sofá e veio correndo na minha direção.

Me agachei, abrindo os braços para abraçá-la.

— Mamãe, eu estava com tantas saudades. — Sorriu, seus olhinhos brilhando.

— Eu também estava, meu amor. — Eu a apertei forte, sentindo um nó na garganta. É difícil, eu tenho estado cada vez menos presente na vida deles. Antes era só por causa do trabalho, e agora também é por causa do Neymar. — Desculpe por estar longe tanto tempo. A mamãe promete que vai ser mais presente, tá?

Sophie afastou-se um pouco e segurou o meu rosto entre suas mãos pequenas.

— Tudo bem, mamãe. — Deixou um beijo nos dois lados da minha bochecha e eu sorri.

Olhei ao redor, procurando pelo o Matteo.

— Cadê o seu irmão? — Perguntei.

— Ele tá dodói, não pode brincar comigo. — Ela respondeu, um pouco tristonha.

Senti meu coração disparar.

Meu filho está doente?  E por que ninguém me avisou?

— Como assim? — Ajeitei minha postura, e olhei ao redor, parando meu olhar na Laura, que estava do outro lado da sala, observando minha interação com a minha filha.  — Que história é essa, Laura? O que o meu filho tem?

— Ele pegou um resfriado, não é nada demais. — Ela respondeu calmamente.

— Não é nada demais? — Franzi a sobrancelha, me aproximando dela em passos largos.

Minha indignação já começava a dar lugar a uma raiva que eu mal conseguia conter.

Como ela tem coragem de dizer que não é nada demais?!

— Como você coragem de me dizer isso?! — Paro em sua frente, a olhando incrédula. — Por que ninguém me avisou sobre isso?!

— Você precisa se acalmar. O Matteo já está melhor, o médico já veio examiná-lo, já o medicou. E agora ele...

— Não me diga o que eu tenho que fazer! — Alterei a voz. — Onde o meu filho está?

— Lá em cima no quarto. O...

Não deixei ela terminar de falar. Caminhei até as escadas, pronta para subir até o quarto do Matteo.

— Espera! Você não pode subir, primeiro tenho que falar com o Neymar. — Ela veio atrás de mim, passando na minha frente e me impedindo de continuar a subir as escadas.

— Você não vai me impedir de ver o meu filho, Laura. — Minha voz saiu firme.

— Mas você não pode subir até que eu avise ao Neymar que você está aqui. Sinto muito, Bruna. Mas são as regras.

Eu dei um passo a frente, enquanto ela deu mais dois para trás, visivelmente assustada.

— Eu quero que se foda as regras! Eu sou a mãe do Matteo e tenho todo o direito de vê-lo quando eu quiser. Não ligo para essas drogas de regras impostas pelo idiota do pai deles. Não vou permitir que me impeçam de estar ao lado do meu filho quando ele está doente. Eu vou ver o meu filho agora mesmo, e nem você, nem o presidente, vai me impedir.