Capitulo 7

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                           Floris.

Estou bêbada. Bebi o suficiente para reconhecer que não possuo discernimento de mais nada. Me afastei do Caio e da Liya, e estou conversando com uma garota. Faz tanto que beijei uma que não sei se ainda sei flertar, mas acredito que sim, já que os seus olhos estão semicerrados. Ela parece querer tanto quanto eu. Seu olhar está intercalado entre os meus olhos e os meus lábios. Aproximei-me dela definitivamente e tomei os seus lábios em um beijo composto por álcool e incertezas. Provavelmente amanhã me arrependa por beijar uma garota completamente desconhecida, mas agora me permito matar a vontade de lábios femininos.

Estou com a língua dentro da boca dela quando sinto uma mão puxar-me fortemente, me fazendo desvencilhar-se da garota. Não reconheço quem me puxa, mas ao olhar novamente percebo o olhar furioso de Caio caído sobre mim. Ergo as sobrancelhas. Confusa.

— Vamos embora! - Ele afirma, porém ainda estou confusa. Ergo o olhar para Liya que continua evitando me olhar, porém dou de ombros. — As duas estão bêbadas. Céus! - Seus olhos rolam e ele bufa, estressada.

— Por que está tão bravo? - A minha voz é a pura definição de um bebum. — Só estou me divertindo, migo. Para de ser chato.

— Não quero cuidar de duas bêbadas, porque pelo visto eu sou o único sóbrio aqui. - Seus braços estão cruzados em insatisfação.

— Eu estou só.bria - silabou Liya, sorrindo, enquanto caminhava com os olhos pelo ambiente.

Procuro verificar o que chama a sua atenção, e percebo que há um grupo de homens um pouco distante da gente. Consigo sentir daqui o cheiro da testosterona, e quase vomito só por cogitar.

— Vem, vamo! Vou primeiro deixar a Liya antes que o pai dela me estrangule. - disse Caio, nos arrastando até o seu carro.

Cambaleio um pouco, mas sacudo a cabeça tentando livrar-me do transe do álcool. Liya está digitando em seu celular. Queria entender o porquê ela reagiu assim comigo, já que no dia em que tudo aconteceu ela acabou me desculpando, aparentemente.

Merda! Ainda devo o seu livro. Talvez se eu entregar… Boa!

Uma ótima desculpa para tentar desarmá-la novamente.

                               ~*~

Meu corpo inteiro está dolorido. Praguejo a todos os santos por ter que acordar para ir à aula. Me movo com dificuldade e, sem entender, abro os olhos. Me assusto nos três primeiros segundos ao vê-lo, mas lembro de tudo que aconteceu na noite anterior. A minha cabeça dói, estou enjoada, minha visão está embaçada. Puxo o cobertor para cima dos meus olhos e choramingo.

Depois de alguns minutos, decido levantar. Não estou tão atrasada, então permito-me uma ducha que lava até a minha alma. Volto para o quarto já pronta. Acordo Caio, que me xinga descaradamente. Dou-lhe um pequeno empurrão e ele arregala os olhos, furioso.

— Odeio você! - ele diz, e eu rio — Nunca mais saio com as duas, fiquei de babá a noite toda.

Maneio a cabeça levemente, com as sobrancelhas um pouco erguidas, completamente impaciente.

— Até onde eu sei eu já não preciso de babá. - Dou de ombros.

Termino de arrumar a minha mochila, quase esquecendo do livro de Liya. Coloco-o em uma sacola um tanto quanto insuspeitável. Caio e eu decidimos tomarmos café na faculdade, o que resultaria em perder a primeira aula.

Estou engolindo delicadamente os últimos resquícios do pão em que pedi. Olho para Caio que mais parece uma múmia, e se torna inevitável não rir da sua aparência.

Quase Confidencial - ROMANCE SÁFICO Where stories live. Discover now