Capitulo 24

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                             Liya.

Não sei, sinto que às vezes estou desvairando. É como se tudo cooperasse para que acontecesse exatamente assim. E isso tem me intrigado.

Suspiro fundo, observando os dois livros que estão abertos à minha frente. Cursar psicologia tem sido desafiador. Adoro desafios, desde que não coloque em jogo a minha saúde mental. Desde que a minha saúde mental não interfira nas futuras saúdes mentais que terei que lidar.

Estudar é um hobby para mim; não vejo como uma obrigação ou ameaça. Tá, talvez apenas como uma possível ameaça. Se eu não estudar, provavelmente serei rotulada como uma "fracassada" — por favor, entendam o que quis dizer. Não tirem conclusões precipitadas do que não disse.

É justamente por isso que escolhi cursar Psicologia. Às vezes, luto para que as pessoas acreditem no que digo e não interpretem erroneamente. Quando isso acontecia no passado, era devastador para mim. Buscava fazer com que a pessoa compreendesse minha intenção para evitar mal-entendidos e evitar atitudes negativas em relação a mim.

Auto sabotagem. Não devo satisfações a ninguém.

Rolo os olhos, fechando-os seguidamente. Meu cérebro está fritando, não consigo entender nada. Parece que estou lendo em hebraico. Jogo o tronco para trás e solto uma mínima lufada de ar, implorando mentalmente para que me ajudem.

— Você não parece nada bem - Abro os olhos no exato momento em que reconheço a sua voz — Está tudo bem, meu amor? - Ela senta-se ao meu lado, repousando sua cabeça em meu ombro. — Hoje o dia está sendo um porre.

Floris remexe-se um pouco, pega um dos meus livros e lê uma frase aleatória. Ela me olha confusa e depois olha para o livro.

— Não sabia que você estudava outra língua.

Acabo rindo suavemente, inclinando mais uma vez meu corpo para trás. É exatamente isso, Floris... Precisamente isso!

— Bem-vinda à Psicologia!

— Prefiro o mundo do marketing mesmo, meu bem. - A sua entonação é tão dócil que acabo me hipnotizando. — Que foi? - Sussurrou, observando-me.

— Nada - Saio do transe em que entrei, voltando a minha atenção para os livros.

— Você está melhor? - Floris deposita um beijo singelo em minha bochecha.

— Um pouquinho, ando meio esgotada emocionalmente, sabe? - Meus olhos agora encontram-se nela.

— Eu entendo. - Ela coloca uma mecha atrás da minha orelha — Mas você sabe que estou aqui com você, não é? - Ressonou baixinho, perto demais do meu ouvido, causando-me sensações intrigantes.

U-hum - Oculto meu olhar perturbado por sua voz. Ainda me intriga a forma como ela exerce domínio sobre mim.

Sinto um leve arrepio percorrer minha pele ao sentir a sua mão em minha coxa. A ponta dos dedos faz um contato caloroso, desencadeando uma sensação elétrica que se espalha pelo meu corpo. Uma mistura de surpresa e antecipação me envolve, enquanto a pressão reconfortante de sua mão desperta uma sensação de proximidade intensa.

O peso de seus olhos recai sobre mim, uma carga palpável que corta o ar quando penso em tê-la me observando. Inspiro profundamente, numa tentativa falha de retornar ao presente. Floris pressiona delicadamente a pele da minha coxa. O atrito que se forma em meu ventre me faz arfar quase imperceptivelmente.

— Topa sair comigo hoje, gatinha? - Floris aproximou-se do meu ouvido e sussurrou.

— Vou considerar essa possibilidade - Fixo meu olhar nela de forma sugestiva, exibindo um sorriso discreto nos lábios.

Quase Confidencial - ROMANCE SÁFICO Donde viven las historias. Descúbrelo ahora