Capítulo 15

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JJ's POV 

Eu e os rapazes estávamos na varanda do John B batendo papo à toa, enquanto estávamos descansando para voltar a trabalhar. Por um milagre do destino, as meninas não estavam com a gente hoje. E eu particularmente gosto de descansar aqui, me sinto muito mais em casa e posso fazer bagunça sem precisar arrumá-la depois. John B sempre pede para eu arrumar, mas eu nunca arrumo. Essa é a graça de não estar em casa. 

— Tem alguma coisa no meu bolso fazendo volume. Parece papel. -disse me contorcendo na poltrona da varanda. 

— Dinheiro que não é! -Pope disse sem mostrar reação e eu fiz careta. 

— Vocês têm uma implicância comigo com dinheiro. Eu trabalho agora, tá? Eu tenho dinheiro. -disse e finalmente achei, no fundo da bolso da minha bermuda cargo de exército preferida e única. Olhei. — Era mais provável ser essa moconha amassada mesmo. Quando vejo dinheiro já gasto. -sorri. — Me dá um isqueiro aí. 

— Toma aqui, seu viciado! -John B estende. 

— Quer dar um tapinha não, John B? -rio estendendo enquanto o olhava com a cara que ele fazia, de bravo. 

Os meninos não gostavam muito que eu fumasse o tempo todo, mas eu sou ansioso. Preciso disso para me pôr na linha e me acalmar, esse é o meu jeito. Nem sempre a bebida me ajuda, porque eu perco essa linha que eu tento controlar. Não é com raiva que eu fico quando eu bebo, mas só às vezes não adianta nada. E eles não podem me crucificar, quase sempre estão fumando também. Claro que eu faço isso com mais frequência, mas eles não podem falar de algo que também fazem. 

— Me dá isso aqui. -pegou da minha mão e eu ri mais ainda. 

— Pope? -levantei uma sobrancelha. — Não vai negar, vai? 

— Para de me levar para o mau caminho, Jj. -agora foi a vez do Pope fazer cara de bravo. — Eu vou encontrar com meu pai daqui a pouco para trabalhar, ele não pode sentir cheiro de maconha. 

— Você já está no mau caminho desde que conheceu o Jj, não tem mais volta. -John B disse com dificuldade por conta da inalação da nicotina. 

— Isso não tem como negar. -sorrio esticando meus braços em cima da poltrona, onde estou sentado.

Estava quase chegando na hora de irmos trabalhar e não podemos ter o luxo de nos atrasar. Cada um aqui trabalha para si. Pope trabalha com o pai ainda e está tentando novamente uma bolsa de estudo, aproveitando o máximo o verão entre estudar, trabalhar e aventuras. Sua entrevista está marcada para mês que vem e eu não aguento mais ouvir ele falar disso. Pope está animado e eu estou feliz por ele, mas eu queria que ele não falasse disso o tempo todo. Entre 24h do dia, 4h era o tempo que ele não comentava sobre a bolsa. John B e Sarah abriram uma loja de barcos e essas coisas perto da praia, e eles vendem bastante. Quase sempre está cheio, e se por alguma ventura ele se atrasar por minha culpa deixando a princesa kook sozinha, ela fica uma fera. Ela briga com ele e comigo ao mesmo tempo. Se eu não estou perto, ela briga quando me vê. Justo, não é? 

E eu também abri algo, uma filial pequena da Kildare de surfing. Quando não estou com preguiça, eu ensino crianças e adolescentes a surfar. Eu quase sempre estou com preguiça, mas também quase sempre estou lá. É algo que eu gosto, surfar e água, e ver os rostos desses minis pogues aprendendo me lembra quando foi minha vez. Não precisei de aulas, aprendi sozinho, mas os sorrisos e animações eram do mesmo jeito que eu ficava. E eu fico mais feliz ainda quando dizem que eu sou o melhor surfista mesmo que eu não tenha participado de campeonato nenhum, como o seboso do Topper Thornton. Ele é o melhor nacionalmente, mas isso apenas nas competições que ele pode participar pagando. Se eu pudesse participar, eu ganharia dele fácil. Todo mundo sabe e falam que eu sou o melhor surfista dessa região. 

Um casamento&meioOnde histórias criam vida. Descubra agora