Livro #1 da Série Old Money by P. S. Gardem
Talvez Frederick deveria ter lhe contado que não era apenas um inglês idoso e sim o Duque de Norfolk.
Talvez ele devesse ter contado que tinha um castelo.
Talvez devesse ter avisado Sylvie seria sua primei...
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"Eu tenho meus próprios pecados."
Carta de Freddie
Subimos um lance de escadas, chegando no terceiro andar do castelo, antes de dobrar a direita e seguir por um corredor escuro. As sombras dançando nas paredes, os ruídos do assoalho; o castelo nunca tinha me parecido tão assustador quanto no momento em que eu subia aquelas escadas. Essa era uma das primeiras alas do castelo que eu havia fechado, então não havia iluminação e o ar exalava a mofo e poeira.
As salas abertas estavam cobertas de pedaços de plástico gigantescos e andaimes de ferro e madeira, que era usado pelos trabalhados para a manutenção.
Adam ainda segurava firmemente em meu braço, quando paramos na frente de uma porta. Ele tirou uma chave antiga do bolso e colocou na fechadura, quando ele girou a chave, a porta fez um rangido e então se abriu.
Passei pela porta aberta, sentindo meu coração bater acelerado dentro do peito. Eu não tinha ideia do que eu iria encontrar naquele lugar, e aquilo me perturbava.
Ele estendeu o braço para a direita e, após um barulho, o lustre do teto se acendeu. O quarto, estava em perfeito estado, muito diferente da bagunça que aquele andar se encontrava. Com paredes forradas de brocado branco e dourado e um carpete vermelho que cobria o chão. Havia um sofá e cadeiras estofadas, assim como uma grande cama de dossel de pinho lustrado, com cortinas de veludo e detalhes em ouro.
Aquele quarto era completamente luxuoso, como eu nunca havia visto em qualquer outro lugar do castelo.
— Você conhece esse quarto? — ele perguntou, finalmente soltando meu braço e me deixando parada no meio do quarto.
— Não.
Ele se aproximou de uma mesa e ficou de costas para mim. Ouvi o barulho de fósforo e então uma vela foi acesa.
— Esse é o quarto do Barão do castelo. — ele respondeu, olhando para as paredes. — Foi reformado, pela última vez, em 1890 e permanece o mesmo desde então. Não há lugar melhor para contar a minha história do que neste lugar.
Em uma mesa, do outro lado do quarto, havia uma única vela apagada e um vaso de flores, exatamente embaixo de quatro quadros, um ao lado do outro. O primeiro quadro era o mais antigo, enquanto o quarto quadro era o mais novo, com uma foto colorida.
Eu havia visto o primeiro quadro no depósito, quando havia entrado lá com David. Era o primeiro Barão de Millegan, ou algo assim. Quanto ao homem no terceiro quadro, eu havia visto aquela cicatriz em formato de foice em algum lugar antes.
Adam se afastou de mim e se aproximou da mesa, riscando um fosforo e acendendo a vela. Mas meus olhos estavam focados no último quadro, o quadro colorido, mostrando um homem sentado em uma cadeira de estofado vermelho, que me chamou mais a atenção. Seus cabelos bem penteados e seu bigode eram inconfundíveis. Aquele homem era extremamente parecido com Adam, exceto pelo nariz, que Adam havia herdado da família Howard.
