VII - Necrotério

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Kaio gostava de estar sempre bonito Harumi e sua prima Lia organizaram tudo, a mãe de Lia chegou a passar a camisa branca, tudo da forma que seu afilhado pediu. O primo de Harumi chega de Santos, e eles precisam ir para o necrotério apenas o Pai de Kaio aguenta ir junto, eles seguem para o bairro Berrini. Chegou a hora, em uma sala branca, uma pequena entrevista ela clama por ajuda do céu tem fé, as forças dela e do Pai de Kaio estão no fim ele faz esforço para responder as perguntas, não é fácil Sr. que cuida  dos serviços da funerária, inicia seus serviços, Vocês querem maquiagem? Roupas? e etc.

Eu ajudava respondendo que sim, para algumas e seu Pai sem força na voz se esforça para voz sair, hora de reconhecer o corpo,  um portão com um corredor escuro e uma porta que levava  para algumas salas, podemos chamar essas salas de necrotério,  a ficha ainda não caiu, estava sentindo muita dor  o corpo de Kaio, estava em uma das salas nesse momento, um nó se forma na garganta. O Pai de Kaio, não conseguiu reconhecer o corpo como de praxe em um óbito , as lágrimas escorrem no rosto dele fica mudo e olha para Harumi e diz: "Pode fazer isso, eu não consigo" Harumi se aproxima de um lugar que jamais pensaria estar em 22/06/2022, cerca de 21h, acompanhada do medo, insegurança, dor , cansaço e muita tristeza, não tinha com quem dividir a angústia, segue em uma sala com meia luz, novamente consegue ver os pés! E o seu menino o garotinho que ela fazia dormir e trocará suas fraldinhas, ele está morto, e coberto por um pano ela precisa reconhecer apenas a obra prima, sente-se só, olha para frente e com as pernas sem firmeza, vai caminhando com o Sr. que trabalha no local, ele pega o pano na parte da cabeça e me diz: Posso?  Eu respondo:  Pode, era o kaio mesmo, por quê? Clamo e peço deixe-me ver ele por inteiro, ele diz para eu evitar o toque, mas não foi possível a parte do coração dele onde eu o abraçava e sentia seus batimentos, estava com enxerto e fazia um barulho estranho eu quis desaparecer, que trabalho foi aquele, meu menino foi embora, era um corpo! Eu precisava aceitar.

Da Luta ao LutoWhere stories live. Discover now