7 - Suma de nossas vidas 🔞

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Ruby Alves

Fico surpresa quando Abbadon estaciona o carro em frente à Néctar. A sensação se intensifica quando, sem trocar uma única palavra, ele me conduz até o seu escritório, justamente o lugar onde transamos feito dois loucos no cio.

Só que agora o clima é diferente. Toda a atmosfera sexual que nos abraçava naquela noite simplesmente se dissipou. O que vejo à minha frente não é aquele homem sexy que me fez gozar tão rápido, mas sim uma pessoa aflita.

Abbadon senta à sua cadeira e aponta com o rosto para que eu faça o mesmo com a que está disposta do outro lado da mesa de madeira. Ele me encara friamente e, após um longo minuto de tensão, finalmente abre a boca.

— Quanto você quer? — suas duas mãos estão pousadas à mesa, com os dedos entrelaçados. Os olhos castanhos não desviam de mim um segundo sequer.

Friso as sobrancelhas e cruzo os braços. Não é possível que isso seja o que estou imaginando.

— Do que está falando, querido sogro? — Debocho e ele bufa.

— Não estou com tempo para gracinhas, Ruby. O clima daquela casa está caótico e eu não posso demorar na rua. Apenas me passe o valor do seu silêncio e suma da nossa família. — Seu tom de voz é frio, muito diferente do que usou comigo há alguns dias.

Não consigo não soltar uma gargalhada. É sério que Abbadon acha que sou igual às vadias que ele arrasta para esse motel?!

— Eu não estou brincando, Ruby. — Abbadon pontua e eu levanto, deixando o deboche de lado para dar espaço à revolta.

Ando ao redor da mesa até parar ao seu lado, então coloco as mãos na cintura. Abbadon vira o tronco na minha direção e tenta evitar, a todo custo, encarar meu corpo disposto à sua frente, mas falha, pois sinto seu olhar queimar minha pele. Ignoro a sensação.

— Você está achando o que, Abbadon?! — Sustento o olhar dele que, neste momento, é indecifrável. — Não sou igual às suas vadias. Ninguém me dá porra nenhuma, tudo que tenho é conquista do meu trabalho. Você me respeite! — aponto o indicador na sua direção, então ele levanta.

— Então por que fez o que fez, garota?! Está achando que sou idiota? — a proximidade de seu rosto ao meu apenas aumenta a tensão. Para provocá-lo, me aproximo ainda mais, deixando nossos lábios a milímetros de distância.

— O que? Ter uma transa meia boca com um completo desconhecido numa boate? Acorde, querido, no seu lugar poderia ter sido qualquer outro. Ser pai do meu quase ex-namorado foi apenas um bônus.

Minha fala é firme, contudo, perco totalmente a compostura quando Abbadon leva a mão à minha nuca, tornando nossa troca de olhares ainda mais intensa. Todos os meus pelos se arrepiam e ele sorri.

— Está brincando com o fogo, Ruby. Não sabe com quem está brincando. — Abbadon encara meus lábios. — E não venha com essa de transa meia boca, porque se fosse isso, seu corpo não estaria reagindo assim à minha proximidade.

— Deve ser realmente doloroso não ter uma mulher caindo aos seus pés, não é?! Saber que eu simplesmente não fazia ideia da sua existência deve ferir profundamente o seu ego. — Sorrio, tentando fingir que sua proximidade está molhando minha calcinha de maneira intensa. — Ficou triste quando descobriu que, na verdade, o elogio à nossa transa foi para atingir o seu filho? — Mordisco o lábio inferior, tentando a todo custo ignorar meus pensamentos tomados de lascívia.

— Você é uma mentirosa, Ruby. — Abbadon leva sua mão livre à minha coxa e sobe lentamente, parando na minha bunda. Porra, não deveria estar usando vestido. — Sei que gostou, isso não pode negar.

Néctar - PAUSADAOnde histórias criam vida. Descubra agora