12 - Use uma cueca

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Abbadon Macedo

A verdade é que sou um promíscuo. Cheguei a esta conclusão desde que decidi seguir os conselhos do meu irmão e me envolver com desconhecidas apenas por prazer. Não imaginei que fosse gostar tanto, afinal, sempre fiz questão de andar na linha.

A semana passou voando, o que foi ótimo, pois mal tive tempo para pensar nos meus erros com meu filho.

Também fiz questão de sair cedo e voltar tarde da noite. Só assim pude evitar as crises de estresse de Gabriel por conta da namorada. Sem contar que ainda estou puto pelas coisas que ele disse. E, por mais que tenhamos que conversar, não estou com ânimo para lidar com sua ingratidão, então adiei isso por tempo indeterminado.

O único dia em que fiz questão de dormir até mais tarde foi hoje. Considero domingo um dia sagrado, não abro mão de ficar até tarde na cama. Apenas abro os olhos porque o sol forte atinge meus olhos pela fresta da janela.

Encaro o relógio e já se passam das 10 horas. Me espreguiço, faço minhas necessidades matinais, tomo um banho, coloco apenas uma bermuda de moletom e saio do quarto de hóspedes, o qual já se tornou meu há muito tempo.

Desço as escadas e, para minha surpresa, não encontro ninguém, nem mesmo os funcionários que cuidam do almoço e da limpeza. Acho estranho, então caminho até o quintal de trás, onde fica a piscina e a área de lazer. Antes não o tivesse feito, porque o que encontro não me agrada.

Não que não goste de reuniões em amigos e churrasco, eu realmente acho ótimo esse clima de verão. Entretanto, assim que abro a porta, a primeira imagem que vejo é a de Ruby, usando um biquíni ínfimo.

Ela está sentada em uma boia que tem formato de poltrona, com um drink em mãos, enquanto fala ao celular. Na piscina, Gabriel joga vôlei com o filho de Azaziel, Richard. Uma garota loira, que não conheço, também está junto deles.

O trio está tão entretido jogando bola que sequer repara o momento em que Ruby abaixa o celular, vira o rosto na minha direção e umedece os lábios com a língua.

O trio está tão entretido jogando bola que sequer repara o momento em que Ruby abaixa o celular, vira o rosto na minha direção e umedece os lábios com a língua

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A atitude me deixa atordoado, até porque não esperava vê-la tão cedo. Na minha cabeça, Ruby jamais reataria o namoro com Gabriel, principalmente depois do que Azaziel me contou. Agora, nada mais faz sentido.

Ruby percebe minha reação e sorri. A desgraçada sabe que é gostosa e usa isso a seu favor.

Balanço a cabeça negativamente para me livrar dos pensamentos lascivos que insistem em adentrar minha cabeça e caminho até a piscina, chamando a atenção de meu sobrinho. Aproximo-me e inclino o tronco, apoiando-me nos joelhos.

— Richard! — Chamo, e o garoto me encara. — Seu pai. Onde ele está? — Questiono, e meu sobrinho ri.

— Não sei, tio. Bom dia para o senhor também. — Seu tom é debochado, então reviro os olhos e fico ereto novamente. Em seguida, viro o rosto na direção de Gabriel, que estava me encarando com desdém.

Néctar - PAUSADAWhere stories live. Discover now