13 - Vamos ver quem perde tudo primeiro 🔞

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Ruby Alves

— Ainda estou inconformada de ter descoberto que minhas suspeitas estavam corretas desde o início através da boca de outra pessoa. Que tipo de amiga é você, Ruby? — Tento não achar graça das palavras de Anne, contudo, é inevitável não rir. — Eu estou falando sério, cara. Que tipo de amiga é você que simplesmente me abstém de saber o babado do século?!

Como sei que minha presença provocaria a terceira guerra mundial dentro daquela casa, resolvi que a melhor opção seria vir embora com Anne. Pelo menos, aqui, neste carro com ela, apenas tenho que lidar com as perguntas mais obscenas possíveis. Lá, no andar da carruagem, teria que arrumar um motivo plausível para explicar ao meu namorado o motivo de ter transado com o seu pai.

— Ele me fez prometer, sob "ameaças" — faço questão de fazer o sinal das aspas com as mãos — que não contaria para ninguém. E sou de honrar as minhas promessas, você me conhece. — Pontuo e percebo que Anne, que está ao volante, revira os olhos.

— Quer meter essa logo para mim, Ruby? Te conheço há séculos, garota. Ficou é com vergonha de falar. — Ela dá uma risadinha. — E quando Abbadon fez essas ameaças? Por Deus, parece que você viveu um ano na última semana e simplesmente esqueceu de me atualizar sobre os babados.

Dou mais uma risada, respiro fundo e conto tudo para Anne. E não a poupei dos detalhes. Não quer saber? Pois serei o mais minimalista possível em relação às informações, desde o momento em que descobri que Abbadon era o pai de Gabriel, até o ponto em que, com dor de cotovelo por causa dos chifres, cedi ao desejo e fodi com o meu sogro de novo naquela boate dos infernos.

— Pelo menos o pau dele é grande, amiga. — Anne fala e eu lhe dou um tapa no ombro. — Ué, você quer que eu fale o que? Que você agiu corretamente? Não, Ruby, isso é impossível. — Ela estaciona o carro na garagem e sai. Eu a acompanho e, juntas, seguimos conversando até o meu apartamento.

— Eu encontrei com Larissa na última segunda-feira, Anne. — Minha amiga arregala os olhos. — Pedi para que me contasse a verdade. Jurei que reagiria positivamente independente do que ouvisse, entretanto, quando percebi, já estava em cima dela, puxando seus cabelos.

— Ah, mentira que eu perdi essa cena?! Garota, nunca vou te perdoar por isso. — Anne se finge de triste, mas logo dá um sorriso largo. — E, então? Encontrou o Abbadon de novo na boate? — Balanço a cabeça negativamente.

— Azaziel, o cara que você ficou flertando. Inclusive — finalmente chegamos no meu apartamento. Assim que abro a porta, sigo em direção ao sofá da sala e me jogo. Ela fecha a porta e faz a mesma coisa — que porra foi aquela? E o Léo?!

— Amiga,  eu amo o seu irmão. Você sabe disso mais do que ninguém. Mas não posso parar o meu mundo para que ele possa subir. Léo insiste em não me acompanhar, tampouco tentar. Se ele quisesse, já teria admitido os próprios sentimentos, mas não o fez. Não vou ficar nesse sofrimento, não. Então não se surpreenda se eu ficar sabendo que sentei no pau de Azaziel até minhas pernas caírem. Eu gosto é de viver. — Ela fala e eu balanço a cabeça negativamente, massageando a área entre os olhos.

Léo e Anne têm uma história antiga. Os dois se amam desde o primeiro momento que bateram os olhos um no outro. Inclusive, perderam a virgindade juntos, em um momento super romântico. Esse casal tinha de tudo para viver uma história de filme, entretanto, não admitem os sentimentos.

Já tentei ajudá-los, mas não funcionou. Enquanto meu irmão é mais calmo e retraído, Anne é completamente insana e extrovertida. Ela é o tipo de pessoa que, por mais que seja consciente, jamais negaria viver uma loucura. E é por isso que somos melhores amigas. É inevitável não considerá-la como uma irmã, além de também ser minha voz da razão.

Néctar - PAUSADAWhere stories live. Discover now