REFLEXOS • jikook (1988)

18 | Jin's Jin's

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Estava chovendo. O som ecoava quando respingava nas vidraças, batiam em um ritmo constante. A água que escorria dos beirais dos alojamentos, estavam sob um céu cinzento, um desfile de pedestres lançava cores com guarda-chuvas. No Pop's, a ideia de testemunhar o mundo desabar não parecia tão ruim, especialmente com Jimin ao meu lado. O mesmo parecia alheio à tempestade, concentrado nas linhas do cardápio. Decidimos sair para comer, as nuvens despejaram sua carga quando paramos no segundo semáforo. As chuvas de outono eram imprevisíveis.

— Não acha que está frio demais para comer sorvete? — Indaguei, me debruçando na superfície da mesa. Em fim, sem aquela tipoia para me atrapalhar.

— Não gosto de coisa frita — ele redarguiu, ainda concentrado.

— Não gosto de coisa frita — imitei ele.

Jimin tirou os olhos do cardápio para me olhar. Finalmente!

— O que você quer?

— Sua atenção — respondi.

Ele deu um suspiro cansado, mas o sorriso no seu rosto dizia o contrário. Senti sua mão correndo por debaixo da mesa até parar na minha coxa.

— Que tipo de atenção você quer, Jungkookie?

Eram oito da manhã!

Raros eram os momentos em que Jimin Park me deixava sem palavras; ainda não tinha certeza se isso era bom ou ruim. Às vezes, eu esquecia que havia alguém ousado por trás daquela aparência. Lobo em pele de cordeiro.

— Bom... — ele suspirou, puxando a mão e voltando a olhar o cardápio — Acho que você não pode lidar com a minha atenção agora.

Canalha.

— Por que você é cruel comigo? — Indaguei, mais parecendo dirigir a pergunta a algum ser divino. Será que algum deus poderia diminuir o volume do meu pau? Me sentia como um adolescente que acabara de descobrir o que era masturbação.

— Eu estava brincando — ele deu de ombros.

— Meu pau não está para brincadeira.

— Você tem uma boca muito suja.

— Eu sei que você gosta disso, Jimin.

— Estamos em público — ele sussurrou.

— Então, não me provoca — sussurrei de volta.

Definitivamente, alguma hora, iríamos transar.

A certeza parecia tão óbvia que me deixava aflito, ansioso. Nunca havia tido experiência com um homem; não era ingênuo o bastante para pensar que as coisas funcionavam da mesma forma do que com uma mulher.

Pedi bastante comida, em sua maioria, frita. Enquanto Jimin decidiu pedir panquecas e cappuccino gelado.

— O que queria me dizer?

— Ah! — Jimin exclamou, de repente. Quase se engasgou.

— Jesus — eu disse, o observando conter a tosse. Estendi uma garrafa de água para ele.

— É muito importante!

— Percebi.

Depois de alguns goles, ele se recompôs.

— O dono do Pet Shop que levo o Cupcake está precisando de um funcionário de meio período — ele remexeu os bolsos do sobretudo, deslizando um cartão de visitas em meu rumo.

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