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Freitas.

Me tirava do sério, vai tomar no cu pá lá, meu chapa.

Sai da frente daquela porta virado nos oitenta. Essa obra demoníaca tá achando que tá mamão mermo.

Vazei na braquiara. Hoje era dia de plantão. Tô nem vendo. Quem me tumultuar, vou meter balaço.

Hoje eu tava estilo meu mano Vargas. Nem aí pá nada mermo.

Cheguei no pé do morro e cumprimentei os moleque que tava na contenção.

Me sentei no tamborete que havia ali e fiquei observando o movimento. Tava na neurose mermo pô.

Marreco me deu um baseado, e eu fumei sem dó.

Pato: tivesse falado, tinha trago mais uns bolado pô. - tirou sarro.

Eu: tira onda hoje não, meu chapa. - falei negando e o mesmo levantou a mão em sinal de rendição.

__

Já era madruga, o sereno tava pancada.

Um carro preto, todo filmado passou devagar. Já fiquei em alerta.

Eu: aí, agilidade. - falei alto, pegando meu fuzil.

Marreco: tá estranho isso aí, chefe. - concordei.

O carro voltou e fez o mesmo percurso.

Eu: para esse porra aí. - falei já estressado.

Quando um dos moleque chegou no meio da pista, o carro parou e soltou uma caixa, dando ré e sumindo.

Ergui a sobrancelha. Porra foi essa?

Fiz sinal com a mão pro menó trazer a caixa e assim ele fez.

Na caixa tinha o vulgo do Vargas. Ih, já vi tudo.

Eu: pode deixar que eu levo. - eles concordaram.

Atravessei o fuzil e montei na motoca, dando partida e saindo voado dali.

Chamei o mano no radin, que logo atendeu.

V: fala meu bom? Algum problema? - bocejou.

F: irmão, tu tá ligado que hj era plantão meu né? - ele concordou. - tava suave no pé do morro e um carro passando pô, estranho mermo. - "continua Freitas, da pause não porra." - mandei os menó parar sem dó, mais os porra pararam e jogaram uma caixa e depois saíram voado. Mandei os moleque ir atrás, mas ainda voltou não. Mas a caixa tá aqui.

V: se foder Freitas. - falou bolado. - porra é que eu vou fazer com caixa. Da fim nessa porra. - eu ri fraco.

F: pô paizão, eu até jogaria, mas o bagulho tá com teu nome. - ele ficou calado. - quer que leva agora ou mais tarde?

V: trás Freitas, trás essa porra logo. - falou curioso. - manda redobrar a atenção nessa porra.

Mandei um fé e fui direto pra casa dele.

Cumprimentei os mano, e adentrei na casa.

Logo vi Ágata jogada no sofá, com cara de sono e Vargas fumando um cigarro.

O mesmo me chamou com a mão e eu fui até ele. Antes de ir, cumprimentei a patroa.

Vargas: não viu quem era? - encarou a caixa e eu neguei. - porra irmão. - passou a mão no cavanhaque.

Eu: qual foi? Algum b.o? - ele ficou pensativo.

Vargas: pô Freitas, to ligado não. - bufou. - Ágata recebeu umas mensagens pô, coisa sinistra. - respirou fundo. - agora isso.

Eu: abre pô, bora vê qual é esse caô. - entreguei a caixa.

Ele colocou em cima do balcão e abriu.

Arregalei os olhos quando vi o bagulho que tava dentro. Se eu fosse baitola, eu gritava mermo, tô nem vendo.

Eu: que porra é essa, Vargas? - falei assustado.

𝒰𝓂 𝒷𝓇𝒾𝓃𝒹ℯ 𝒶 𝓃ℴ𝓈.Onde histórias criam vida. Descubra agora