Nota: NÃO É ILUSÃO! Isso é uma atualização de LIYS. Explicações sobre o quase-hiato nas notas finais.
Cinco anos antes.
Harry não era o tipo de pessoa que tinha arrependimentos com frequência, mas ele com certeza se arrependia de ter vindo para aquela festa. Uma coisa improvável como um raio partir o Big Ben ao meio poderia acontecer daquela noite, porque pela primeira vez na vida ele desejou estar em casa, e não cercado de música, champanhe e conversas.
Pelo menos em casa ele não precisava presenciar o velho MacGoarth com as pupilas fixas nas curvas de Louis.
Louis era dele, e de mais ninguém.
A razão de as pessoas não compreenderem isso estava além do alcance, realmente.
Girando nos calcanhares, ele prendeu entre os dedos o pulso delicado de seu protegido e caminhou para o centro do salão, pegando mais champanhe de um garçom que passava. Pelos painéis das enormes janelas ele podia ver um céu deslumbrante, e mais uma vez lamentou não estar na sua mansão, deitado no telhado apreciando a beleza e se refrescando do mormaço noturno.
Respirando fundo, ele seguiu adiante, prometendo a si mesmo que ficaria ali por apenas mais duas conversas, afinal festas tinham um propósito, não seria de bom tom ignorar isso.
Quatro conversas e muito champanhe — de má qualidade, por sinal — ele finalmente pôde se jogar no estofado macio da limousine, observando o perfil agudo e suave de Louis contra as luzes que passavam na janela, pedindo ao motorista que ligasse o rádio.
Assim que chegaram, eles se deitaram no terraço, compartilhando cigarros, Harry mergulhando na sensação da brisa e do corpo de Louis, perfeito e acolhedor como sempre fora. Ele depositou delicadamente um cigarro entre os lábios finos do pintor, beijando o canto de sua boca. O mundo podia ser sempre um lugar escuro, entediante e cruel, mas ele estaria sempre por perto para proteger a perfeição que emanava de Louis, porque Louis seria sempre dele.
♦♦♦
Era inicio da manhã quando ele finalmente se recolheu, e a casa estava silenciosa como um túmulo. Era um dos maiores talentos daquela casa, realmente, parecer um túmulo. Um grande, marmorizado, dourado e polido túmulo. Harry tinha acabado de pendurar o sobretudo, e estava desabotoando lentamente a camisa, as pálpebras caindo preguiçosas, quando um barulho de passos apressados o alertou.
Uma rápida espiada pela porta do quarto revelou que Louis estava correndo pelo corredor e subindo as escadas rapidamente, numa atitude atípica para alguém que no geral fazia tão pouco estardalhaço. Franzindo a testa, Styles o seguiu a um passo mais moderado, chegando ao telhado onde eles estavam até poucos minutos atrás, e sendo tomado por um súbito horror ao ver Louis se equilibrando precariamente em cima do parapeito.
— Louis! — ele gritou, desesperado, mas o outro permaneceu indiferente, os braços abertos, a silhueta recortada contra o céu colorido pelo amanhecer, os tons rosados da aurora tingindo seu cabelo castanho de dourado enquanto ele balançava levemente ao vento. — Louis, saia daí!
Num átimo, ele agarrou o pintor pela cintura e o puxou de volta, encontrando-o com os olhos fechados, o corpo mole como se estivesse quase inconsciente.
— Louis, Louis, por favor.
Isso pareceu trazê-lo de volta à vida, seus olhos azuis se abrindo, arregalados, e seu corpo começando a se debater, fazendo Harry fortalecer seu aperto enquanto começava a arrastá-lo de volta para dentro de casa.
— Shhh, querido, calma. — ele sussurrava, enquanto Louis se contorcia e começava a chorar histericamente, não se acalmando por um segundo por todo o trajeto do telhado até o segundo andar. Harry o depositou suavemente na cama, afastando seu cabelo dos olhos, precisando desesperadamente que Louis se acalmasse, que voltasse ao normal, mas quando ele tentou dizer aquilo, o pintor o fitou com um olhar furioso e ameaçou se levantar novamente, ao que Syles reagiu voltando a segurá-lo nos braços, fechando os olhos e trincando os dentes quando Louis começou a gritar que o deixassem em paz.
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Living In Your Shadow ♦ Artist!Louis L.S. AU
FanfictionPor anos Louis, um jovem e pobre pintor, viveu sob as asas de Harry Styles e seu dinheiro, seu poder e sua reputação, se submetendo a ele para ter sua arte protegida e prestigiada. Ter Styles como patrono era honra e humilhação, diversão e tédio, ad...