Capítulo 05

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Acordei com alguém mexendo nos meus cabelos

- Bom dia, meu príncipe, tem suco e pão com manteiga, quer?

Tirei a coberta e fiquei olhando para ele, que me olhou alguns segundos e brincou:

- Pega logo, ou pulo nessa cama.

Olhei e vi seu pau duro de novo, nem precisei olhar para saber que o meu estava do mesmo jeito. Quando tentei me aproximar, ele deixou o suco de latinha e um pão em cima da cama, e se afastou dizendo:

- O que aconteceu ontem não vai se repetir, então se comporte.

- Sonhei com você - disse sem nenhum constrangimento. - A noite toda - completei.

- Eu também sonhei com você, com sua bundinha deliciosa, mas eu já estou acostumado a não ter o que quero.

- Não precisa ser assim - disse e me senti uma puta oferecida, barata.

- Você é mesmo uma gracinha, sabia? Muito tempo não via um homem tão... Eu ia dizer bonito, mas não é só isso, você é bonito sim, na verdade é lindo, mas é outra coisa, tem uma tristeza nos olhos que não vejo nem nas crianças famintas na favela em que nasci, e tem um corpo lindo. Você malha, não é?

- Malho, tenho um personal. Também nunca tinha visto olhos tão lindos como os teus.

- Não acredito que goste dos meus olhos, será a primeira pessoa, bom, será a segunda, na verdade - ele disse incrédulo.

- Por que? Eles são lindos, azuis escuros, como nunca vi, e quando você sorri, eles brilham num tom azul clarinho.

Ele se aproximou, e encarei seus olhos.

- Meus inimigos dizem que eles assustam, muito pouca gente me encara assim, e você me mostrou um problema grave - ele disse já bem perto de mim.

- Qual?

- Você pode me identificar por eles. A polícia vai adorar saber disso.

- Então eu não conto para eles - disse sem parar de encará-lo.

- Vou ter que pensar sobre isso, agora fique quietinho e não faça nenhuma bobagem do tipo tomar outro banho.

- Você vai sair? Vai me deixar com ele? Não faça isso, por favor - disse assustado. - Leva ele. Eu te dou minha palavra eu fico quieto, não tento fugir, pode me amarrar, mas leva ele.

- Shhh, calma, eu disse que ninguém toca em você, não disse? Você pode não acreditar, mas algumas pessoas têm mesmo medo de mim, e eles têm razão para isso.

Ele começou a sair, mas voltou.

- Me explique uma coisa, que pensei essa noite. Você paga prostitutas para transar, por que não rapazes de programa?

- São modelos.

- Ah! Me poupe, são putas, e são putas que cobram e cobram caro, sai desse mundinho, príncipe, olha para fora do teu castelo, alteza.

- Para de me chamar assim - disse bravo.

- Então pare de agir com um. Você vive um conto de fadas, quando vai crescer e ver que não está dentro de um livro bonito, folheado a ouro?

Ficamos nos olhando alguns segundos e ele perguntou:

- Então, vai me explicar?

O Refém (livro gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora