A Amante

Capítulo 21 - Luhísa

Charles dirigia concentrado, enquanto eu lia a agenda de Theodor. Depois de passar uma noite infernal com Poke latindo, eu finalmente o soltei pelo apartamento e me tranquei no meu quarto. O que resultou no meu sofá completamente destruído e algumas roupas rasgadas.

O que eu faria questão que Theodor Gross pagasse.

"Eu tenho uma ideia com o que ele pode pagar."

Theo mandou que eu pegasse a estrada logo cedo para ir à fazenda, pois de acordo com ele, meus serviços eram solicitados. Poke não parava de latir no banco de trás, dentro da casinha. Charles riu, quando eu disse para ele não abrir a casinha, porque eu tinha medo. Questionou-me se eu sabia que isso causaria briga com a senhora Gross, e eu falei que estava pouco me fodendo para opinião dela, o que o fez rir ainda mais.

Quando fiz minha bolsa, fiz questão de por as roupas mais ousadas que eu podia. Era guerra que o senhor Gross queria, era guerra que ele teria.

"Sei... Você quer é deixa-lo duro, para ele vir por trás e te agarrar."

Assim que remarquei alguns compromissos, desliguei o tablet e pus meus óculos escuros novamente. Tentaria relaxar um pouco, pois sabia que assim que quando eu colocasse os pés naquela fazenda, minha vida seria um inferno.

- Eu não acredito que ele mandou você pegar o Poke.

A voz do Charles me assustou, estava quase dormindo.

- Imagina eu...

Ele riu.

- A senhora Gross vai ter um chilique.

- Eu sei... Já estou preparada para isso. – Sorri – Espere, como sabe que não foi ela quem pediu?

- Se a senhora Gross não o leva, ela não costuma mudar de ideia e porque o senhor Gross só mexe com esse cachorro quando está irritado com alguma coisa, ele odeia esse cachorro.

Me irrito ainda mais, confirmando o que já tinha em mente. Ele me mandou pegar o cachorro como punição por algo que nem sei se fiz ou não.

- Porque ela é tão neurótica com esse cachorro?

- Sei lá... Capricho?

Sorrio.

- Não se preocupe.

- Com o que? – Ele perguntou me olhando rapidamente.

- Se ela brigar por ele está dentro da casinha, pode por a culpa toda em mim.

- Mas é sua a culpa.

Bato no ombro dele, que sorri amplamente.

- Há quanto tempo trabalha pra eles?

- Uns cinco anos, Theodor gosta de funcionários fieis a ele, é raro ver um rosto novo, ele é muito seletivo em suas contratações.

- Acho que ele errou em me contratar então – Gargalho.

- Acho que ele acertou, lembro-me que antes dele contratar a senhorita Morkay, ele não conseguia ficar nem uma semana com a mesma secretária, todas choravam ou pediam arrego, principalmente depois que conheciam a senhora Gross.

- Porque Luana ficou?

- Ela não teve medo da senhora Gross e suportava as idiotices do senhor Gross.

- Eu já quero matar ele, não tenho medo da senhora Gross e muito menos vou desistir desse emprego.

- Se me permite dizer, eu não via o Theodor tão feliz com uma contratação, ele elogia muito a senhorita.