A Amante

Capítulo 24 - Luhísa

Suspirei olhando para o teto. Meu despertador já tinha tocado há meia hora, mas eu não queria sair da cama. Queria ficar aqui dormindo, até dar a hora de irmos embora desse lugar. Bufei irritada ao lembrar que teria que aturar o Theodor e aquela vaca. Não... Não mesmo. Eu iria fazer questão de ir com a Camile e o Kyle.

Resolvi levantar da cama e encarar a realidade. As probabilidades de eu ser demitida assim que encontrar Theodor eram grandes, eu sei que eu podia ter jantando com eles. Que eu deveria, porque eu estou a trabalho aqui. Mas ter o gostinho de falar tudo àquilo para a Ângela foi maior que eu.

"Agora aguenta as consequências!"

Tomei um banho e coloquei um vestido solto florido, deixei meus cabelos soltos e pus uma rasteirinha. Minha mala já estava pronta, esperando por qualquer coisa. A fiz pela madrugada, depois que Hector saiu.

Respirei fundo e quando abri a porta, alguém estava prestes a bater nela. Meu coração acelerou quando percebi quem era.

- Bom dia. – Ele entrou na minha cabana. – Precisamos conversar.

- Theodor, não temos nada para conversar – Cruzo os braços depois de fechar a porta.

- Precisamos de uma estratégia para não perder o contrato com Carlisto.

Quando ele falou isso, pude perceber que ele estava com o tablet na mão. Eu desviei o olhar e suspirei. Tanto de vergonha quanto de alivio, isso significa que eu não fui demitida, ainda...

- Foi tão ruim depois que eu saí?

- Que? – Ele pareceu confuso.

- A reunião, porque estávamos garantidos...

- Não houve reunião.

- Por quê?

Agora eu que estava confusa.

- Eu precisava resolver algumas coisas com Ângela, sobre o modo que ela agiu como você.

Dei um pequeno sorriso. – Sua esposa deu sorte, se não estivéssemos no restaurante ela ouviria bem mais que aquilo.

- Pode ter certeza que ela ouviu.

Eu queria perguntar, mas não era do meu interesse aquilo.

- Mas quero que saiba, que isso não terminou ali, eu parei em respeito à empresa. – O alertei – Eu não levo esse tipo de desaforo, então é melhor você conter a sua esposa.

- Não se preocupe com ela, eu já dei um jeito nisso.

- O senhor não...

- Eu não vim aqui para isso, Luhísa. – Ele se aproxima. – Não vim falar dela e nem de nós.

- Não há nós.

Ele sorriu. – Não é o momento para isso.

- Não tem momento para isso. – garanti firme – O que o senhor pensou para firmar o contrato? – Tentei mudar o assunto.

Passamos uma hora discutindo como faríamos para manter o contrato com Carlisto. Theodor me explicou que Carlisto não gosta de barracos, ele gosta de empresas que não chamem a atenção da mídia para fofocas. E que aquela cena de Ângela pode ter acabo com tudo, ele também agradeceu pelo fato de Patrícia interviu ontem. Eu, é claro, pedi desculpas pela parte que fui culpada, e ele me garantiu que não foi culpa minha.

Ele não tentou nada e foi estritamente profissional, manteve distancia e não tocou no assunto "nós" o que me causou alivio. Claro, não foi fácil ficar perto dele esse tempo todo, sem pensar nas suas mãos me provocando, ou que ele se inclinasse um pouco mais e tomasse meus lábios no seu.