Capitulo 22 - Luhísa/Theodor

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LUHÍSA

Acordei tossindo e cuspindo água. Minha garganta ardia e meus olhos não queriam ficar abertos por causa da claridade.

- Respire pela boca.

Ouvi uma voz dizer e tentei. Tossi ainda mais. Finalmente abri os olhos e vi várias pessoas em volta. Um cara com uma blusa vermelha, com uma cruz branca olhava pra mim, enquanto segurava minhas mãos. Finalmente consegui respirar sem doer tanto.

- Você está bem?

- Parem de drama, ela só engoliu um pouco de água.

Aquela voz de hiena retumbou em meus ouvidos e minha raiva aumentou.

- Você consegue ficar de pé?

Fiz que não com a cabeça. Eu estava tremendo e no momento queria pegar distancia daquela cobra. O salva vidas me pegou no colo e alguém passou uma toalha pelo meu corpo. O alivio foi grande, eu tremia muito.

Ouvi a voz de Theodor, mas não entendi o que ele estava dizendo. Apenas queria me recuperar para matar certa pessoa. Chegamos a uma sala, onde o salva vidas me colocou numa maca. Puxei uma lufada de ar, me sentindo melhor.

- Obrigada.

- É meu trabalho.

- Eu sei. – Sorri. – O senhor viu como caí?

Ele passou as mãos em seus cabelos úmidos, fazendo espirrar um pouco de água em mim.

- É...

- Não precisa dizer, o senhor já confirmou minha suspeita.

Ele riu.

- Hector, meu nome é Hector, me chamar de senhor, irei parecer um velho.

- Luhísa.

- Preciso checar se está tudo bem.

- Fique a vontade, quanto mais cedo acabar aqui, mais cedo depeno uma galinha.

A risada que ele soltou foi tão alta e contagiosa, que acabei rindo alto também.

- Pelo menos sabemos que não aconteceu nada com sua língua.

- Minha língua? – Perguntei ainda rindo e olhando pra ele.

Seus olhos eram castanhos, da cor dos seus cabelos, a única diferença e que nas pontas eles eram claros, que devia ser pelo fato dele ficar muito tempo exposto ao sol. Sua pela tinha um bronzeado legal.

- É... – Ele parou de rir e me olhou.

- Por quê? – Inclinei levemente minha cabeça para o lado esquerdo, e não pude evitar que meus olhos vagassem pelo seu corpo.

- Por que... Ela tá afiada.

Sorri voltando a olha-lo. De zero a dez eu daria um oito.

- Ela sempre foi.

- Respira fundo.

Faço o que ele pede.

- Ainda dói?

- Não.

Ele arqueia a sobrancelha pra mim.

- Ainda queima, mas sei que isso foi pelo fato deu engolir muita água.

- Sim, isso mesmo. Mas não deve mentir em exames.

- Eu só quero sair daqui.

- Sou tão ruim assim? – Ele ri me olhando.

- Não, eu só...

Parei. Ele estava flertando comigo ou era impressão minha?

"Engoliu tanta água ou mais nenhum homem te interessa?"

A AmanteWhere stories live. Discover now