Capítulo 33 - Luh/Theo

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LUHÍSA

Após um longo banho, decidi sair do banheiro. Eu precisava enfrentar o problema de frente, não podia me deixar abater, precisava ligar para Elena e mandar que ela tirasse o processo. Não podia correr mais esse risco.

Ao invés de encontrar Camile sentada na cama, como havia deixado quando entrei para o banho, encontro Theodor lendo uma revista. Tirei meu roupão e deitei ao seu lado, cobrindo-me e o olhando enquanto ainda lia.

- Porque está aqui?

Eu tinha que perguntar, fazia alguns minutos que nós dois estávamos em silêncio e isso estava me incomodando.

- Vim cuidar de você.

- Porque?

- Porque eu gosto de você, Luhísa. - Ele finalmente largou a revista e deitou ao meu lado, me olhando. - Eu me preocupo com você e... - Soltou um leve suspiro e aproximou o seu rosto do meu, dando um singelo beijo na minha testa. - Durma um pouco.

Fechei meus olhos e senti seus lábios roçarem no meu e seus dedos acariciarem minha bochecha. E isso me fez sentir segurança, mas não consegui dormir.

- Não consigo dormir.

- Nem eu. - Ele sorri e se aproxima novamente, mas agora me dá um beijo mais caloroso.

E logo ele está em cima de mim, descendo seus beijos pelo meu pescoço e voltando para minha boca, com suas mãos apertando minhas coxas.

- Eu fiquei preocupado.

Sua voz sai baixa, quando ele para tudo e fica apenas em cima de mim, sinto sua respiração ofegante.

- Fiquei com medo de te perder.

- Eu estou aqui.

- Eu... Eu sei.

Ele afundou a cabeça no meu pescoço, sentia sua respiração e levei minhas mãos aos seus cabelos, acariciando por algum tempo.

- Qual seu filme favorito?

Perguntei qualquer coisa que me veio a cabeça, eu precisava trazer o Theo de volta, ele parecia... Perdido. E isso me fazia sentir culpa. A risada que ele solta, me faz sorrir e dá um pequeno alivio no meu peito.

- Click.

- Você não me parece o tipo que curte comédia.

Ele se afasta e me olha.

- Click não é apenas uma comédia, é um drama que muitas pessoas vivem internamente.

- Tá bom, me desculpa. - Sorrio.

- Qual o seu filme preferido?

- Eu não tenho um filme predileto.

Ele me olha espantado.

- É sério. - Sorrio. - Eu assisto muitos, então é difícil escolher apenas um.

- Comida predileta?

- Pode parecer estranho, tendo outras comidas melhores, mas sempre vou amar bisteca com purê. E você?

- Lasanha. - Ele deita ao meu lado. - Lembro-me de quando era pequeno e as poucas vezes que minha mãe ia pra cozinha, era sempre lasanha.

- O que aconteceu com ela? Nas suas entrevistas você sempre fala do seu pai, mas não da sua mãe.

- Não gosto de falar dela.

- Porque?

- O que você gosta de fazer quando não está trabalhando?

Suspirei e olhei para o teto. Fechei meus olhos ao lembrar do sorriso da minha mãe, e logo veio a dor no peito, por tudo que aconteceu depois.

A AmanteWhere stories live. Discover now