Capítulo 23 - Theodor

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Andei até a mesa, morto de vergonha por aquela cena. Fui o mais rápido que pude, como se isso fosse tirar a queimação dos olhos das outras pessoas que estavam no restaurante. Mas sabia que isso estava piorando, mas acabaria logo.

- Sinto muito, não poderei jantar com os senhores.

- Tudo bem, vá resolver suas coisas. – Patrícia intercedeu antes de o marido falar alguma coisa.

- Obrigado, tenham uma boa noite.

Recebi o olhar de pena de Camile e Kyle, e aquilo fez apenas minha raiva aumentar. Saí daquele restaurante indo direto para meu quarto. Eu não deixaria aquilo barato, por pouco aquela cena patética não saí dos trilhos, se é que eu não perdi o contrato por isso, mas amanhã resolveria isso. Hoje meu foco seria outro.

- Ângela. – Chamei seu nome.

Ela sai do banheiro e me ignora, indo direto para cama, onde tinha uma mala.

- Olha só, ele abandonou o jantar. – Debochou.

- O que você fez foi ridículo, você não apenas insultou uma funcionária minha, sem ela ter feito absolutamente nada, como também constrangeu a mim e a empresa por isso.

- Ótimo, isso foi perfeito, talvez assim você dê mais valor a sua esposa, e não aquela puta.

Respiro fundo, tentando conter a raiva que estava sentindo.

- Cala a boca.

Ela parou de colocar suas roupas na mala e me encarou.

- É hipocrisia da sua parte – Ri com deboche passando minhas mãos pelo cabelo. – Hipocrisia na verdade é pouco vindo de você.

Ela me encarou confusa, mas acho que logo ela sacou o que estava por vi, porque suas feições mudaram drasticamente. Senti um tremor no meu corpo, mas agora eu ia até o fim.

- Você acha que eu não sei? – Tentei controlar o timbre da minha voz. – Na verdade é difícil alguém nessa maldita cidade não saber. – Dei alguns passos em sua direção e ela andou para trás.

- Theo... – Sua voz saiu tremula.

- Quem você pensa que é para chama-la de puta, quando você é uma? – Segurei em seus braços. – Meu irmão... – Lágrimas desceram pelo seu rosto – Não podia ser um maldito qualquer. – Apertei ainda mais seus braços. – Tinha que ser ele de novo!

- Theodor – Ela fechou os olhos – Está me machucando. – Chorou.

- E você não acha que isso não me machucou? – Rosno e a sacudo. – Eu te perdoei uma vez. – Minha voz vacilou. – Porque eu te amava!

Ela soluçou.

- Eu não entendo.

A joguei na cama e ela chorou ainda mais. Passei a mão pelos meus cabelos.

- Eu estava disposto a te perdoar. – Admiti – Eu não sei por quê.

Eu sabia. Mas nunca iria admitir essa parte. Eu nunca jogaria na cara dela o meu caso com Luhísa. Não quero sujar o nome dela assim, não quero que pensem que só me envolvi com ela para dar o troco na minha querida esposa.

- Eu só queria entender o porquê, Ângela.

Eu estava destroçado. Parecia que alguma coisa em mim estava morrendo naquele instante.

- Só que você não vale a pena, você deixou de valer.

- Theodor... Não...

- Cala a boca!

A AmanteWhere stories live. Discover now