Prólogo

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Olá amores, queria pedir que antes que comecem a ler, deem uma olhada nas tags pra ver se gostam desse estilo de fic e no trailer que está junto com esse capítulo.

É isso! Espero que gostem e aproveitem! All the Love, Nath.

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Sentia o nó na boca do estômago e minhas pernas bambeavam assim que encarei o palco pela primeira vez. Uma de minhas mãos segurava firme o arco enquanto a outra sustentava o violoncelo.

Juilliard é um conservatório em Nova Iorque destinado ao ensino de jovens músicos. Eu era um deles. Estava ali para fazer o teste de qualificação e se possível passar e estudar em uma das melhores escolas de música do mundo. E óbvio que isso não seria fácil.

− Louis William Tomlinson. - Ouvi um dos jurados dizer e caminhei trêmulo até o meio do palco.

Havia apenas eu e mais três jurados no auditório. Meus pais estavam do lado de fora aguardando um resultado positivo e eu não queria decepcioná-los. Afinal, eles viajaram por mais de quatro horas até chegar aqui e criaram muita expectativa sobre isso. Contaram a todos os familiares que o filho era um prodígio. Que poderia ser um futuro Antonio Meneses, Gregor Piatigorsky ou Yo-Yo Ma.

Fiz uma referência tímida para os jurados. Um deles mal me olhou e os outros dois me observaram por cima dos óculos com uma feição entediada.

Eu estava quase desistindo. A porta de saída parecia tão atrativa.

− Qual será a música? - O homem do meio perguntou não tão interessado quanto à pergunta.

Bach Cello Suite. - Ele acenou com a cabeça e sentei sem jeito na cadeira que me aguardava.

Posicionei o violoncelo por entre minhas pernas. Enxuguei uma das mãos na calça social preta que usava. Olhei novamente para os jurados. Eles nem ao menos me olhavam. Estavam concentrados anotando na papelada em cima da mesa.

Fechei os olhos com força. Eu precisava me concentrar e deixar os temores e receios de lado. Isso era crucial. Inspirei e expirei fundo fazendo uma baforada de ar sair por entre meus lábios finos. Comecei a tocar com os olhos fechados. A música arranjada pelo instrumento preenchia o espaço e, assim que abri os olhos, notei os jurados com uma feição interessada.

Fechei meus olhos mais uma vez e me deixei deleitar pela música. Eu podia sentir cada nota como se fosse parte do meu corpo. Dedilhava as cordas com precisão. Bach Cello Suite sempre me tocou profundamente. E hoje, mais do que nunca, eu a deixei penetrar por dentro da minha carne e me aquecer como uma manta em dias de inverno.

Assim que terminei a música, me concentrei na expressão enigmática dos jurados. Tentava deduzir o que eles pensavam. Se eu teria conseguido transmitir a eles tudo o que sentia. Mas foi em vão. Eles permaneceram sérios e me observavam atentamente.

− Obrigado, Sr. Tomlinson. Peço que espere o resultado por alguns minutos na sala de espera e logo será informado.

Agradeci com a voz trêmula o jurado que havia me passado tais informações e me curvei rapidamente em despedida. Segurei firme o arco e o violoncelo e caminhei a passos largos em direção à saída. Assim que abri a porta, avistei meus pais que ergueram a cabeça quando me ouviram. Eles pareciam ansiosos pelo resultado. O brilho nos olhos azuis de minha mãe era nítido.

− E aí? Como foi? - Minha mãe, Johannah (ou como todos a chamavam, Jay), juntou as mãos em expectativa enquanto me dava um de seus mais belos sorrisos. Meu pai sorria grande. Aquele sorriso de orgulho mostrando que, mesmo se não desse certo, isso não o abalaria e ele ainda exibiria o filho como o prodígio da família.

Shy Soul (Larry Stylinson)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora