Me apaixonei pelo dono do morro [FINALIZADA]

Capítulo 30

A Ceci era muito boazinha e dormiu a viagem toda, eu tambem dormi, pra evitar ficar pensando em como seriam as coisas, como eu iria reagir, não sei, por medo dos meus pensamentos e cansaço, acabei dormindo.

Acordei poucos minutos antes de aterrizar no aeroporto. Agasalhei bem a Ceci e quando desci, pude ver a maior placa do mundo que meu irmão e a Gabi seguravam, e nela estava escrita "Pra melhor irmã do mundo e pra afilhada mais linda", comecei a rir e logo fui abraçar eles, nossa festa foi tanta que a Ceci acordou e com essa mudança, ficou bem irritada e cansada, chorou tanto até começarmos subir o morro do meu irmão.

Eu não conseguia lembrar daquele morro direito, a primeira e unica vez que subi ali, eu tava meio dopada pelo Gustavo. Mas agora, parecia que tudo era mais organizado, esse era o dom do meu irmão, colocar moral em todo mundo. Ele tinha esse poder, quando eu era menor, sempre me convencia a fazer seus trabalhos do colégio e só por minha causa, passou de ano sem ser reprovado, e com o mesmo poder de persuasão que ele tinha comigo, ele teria com os outros.

Assim que cheguei la, ele ja me deixou na casa dele enquanto levava minhas malas pra minha futura casa.
Eu fiz a Ceci dormir e coloquei ela no berço do Lorenzo, que estava dormindo na cama do Matheus.
Desci e comecei a agilizar o almoço enquanto a Gabi lavava a louça e finalmente eu senti uma paz dentro de mim, porque eu sabia que eu tinha voltado pro meu lugar, o lugar de onde eu nunca deveria ter saído.

Enquanto eu colocava a mesa, fiquei pensando em como seria quando eu "o" encontrasse e o principal, quando ele encontrasse a Cecilia. Eu não tinha a minima ideia de como tudo ia acontecer.

Eu juro que eu tentava tirar esses pensamentos da minha cabeça cada segundo do dia, mas era impossível. Mas o quanto eu pudesse evitar, eu evitaria...

Assim que eu acabei de fazer a comida, subi pra tomar um banho e ver se estava tudo bem com as crianças. Tomei um banho gelado e mesmo com todo o calor que fazia naquela época na California, nada era parecido com o calor daqui. Nada chegaria perto. 

Coloquei uma troca de roupa que eu tinha coloca na bolsa, bem confortavel, e comecei descer as escadas.

Quando pisei na sala, pude ouvir o barulho da porta, e graças a Deus o Matheus tinha chegado pra almoçar. Comecei a andar em direção da cozinha até sentir meu coração parar por alguns segundos, me causando uma forte tontura, aquela voz.. Ele estava aqui, e eu não sabia que esse encontro seria tão rápido assim. Não sabia que eu corria pro quarto ou começaria agir como adulta e enfrentar meus problemas, por mais que a primeira opção fosse a melhor na minha cabeça, no meu coração eu só conseguia sentir que estava na hora de enfrentar isso.

Fui andando até a cozinha e eu não sei bem a minha reação quando nossos olhares se encontraram, mas a dele foi de surpresa.

- Viu um fantasma foi? - dei de ombros e tentei fazer o maior desinteresse possivel na minha voz

- Vi! Você!

Sorri de canto e quando o encarei, ele ainda permanecia sério tentando entender o que tava acontecendo.

- Quando você voltou?

- Hoje

- E por que você não me contou Matheus? - disse o D2

- Ué, quem tem que resolver as coisas são vocês dois, não eu.

Dei de ombros e comecei servir meu almoço. O clima não ficou legal, todo mundo ficou quieto comendo e o D2 não parava de olhar pra mim.

- Por que você voltou? Não tava com uma vida perfeita lá?

- Não.

- Mas, por que voltou?

- Eu precisava voltar ué.

Comecei a lavar a louça enquanto meu irmão e a Gabi foram pra sala e nos deixaram sozinhos.

- Você tem noção do quanto eu sofri sem você nesse caralho de morro e agora você volta agindo como se nada tivesse acontecido?

- Eu não to agindo assim D2

- Magina, puta merda, eu fui atrás de você implorando pra você voltar comigo e você ME MANDOU EMBORA, não foi só você que sofreu.

- MAS AGORA A QUESTÃO É OUTRA EDUARDO.

- QUAL É?

- NÃO INTERESSA.

Virei e continuei a lavar a louça.

- Você voltou por minha causa?

Fiquei em silêncio

- Otimo, se fosse pra você voltar pra me fazer sofrer ainda, porque voltou? Que porra. - ele bateu com força em cima da mesa de mármore.

Fechei meus olhos com força quando escutei a Cecilia chorar, pronto, agora fudeu de vez.

Olhei pra ele e subi correndo, peguei a Ceci no berço e comecei a acalmar ela. 

A casa estava um silêncio, mas eu pude ouvir seus passos atrás de mim. Quando ele parou na porta, eu sinceramente, não sabia o que pensar ou o que estava passando na cabeça dele. A Ceci era a cara dele e eu não poderia negar mais o que tinha acontecido.

Parecia que ele estava travado no chão e não conseguia sair do lugar, ele só me olhava em busca de explicações, explicações que eu teria que dar, mas não enquanto eu não fizesse ela dormir novamente.

Assim que ela dormiu de novo e eu a coloquei no berço, ele se aproximou e a olhou, e ali ele entendeu tudo. Me segurou com força pelos braços e saiu praticamente me arrastando junto com ele, fechou a porta e me soltou o que causou com que eu batesse na parede. Olhei furiosa pra ele e comecei descer as escadas rapidamente. 

- Você mentiu pra mim? É ISSO MANUELA? EU NÃO ACREDITO.

- Fala baixo.

- EU NÃO VOU FALAR PORRA NENHUMA BAIXA.

Acabei de descer as escadas e olhei pra Gabi, disse pra ela que ia dar "uma volta" com o D2 e caso a Ceci acordasse de novo era pra ela me ligar. Sai puxando ele pra fora de casa. Entrei no carro dele e ele entrou logo atrás.

- Se você quiser conversar, me tira daqui, porque eu não to afim de acordar a Cecilia de novo.

Ele ficou meio confuso mas saiu dali o mais rápido possível e com a velocidade que ele guiava o carro, eu já estava com medo de ir parar do céu e não poder mais cuidar da minha filha. Não conseguíamos falar nada, nem olhar um pro outro, ele estava furioso, mas eu tinha meus motivos.

Paramos quando ele finalmente chegou na casa dele, na casa da minha primeira noite com ele, aquela cheia de seguranças, e uma nostalgia bateu, senti meus olhos se encherem de água.