Capítulo 35

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Eu fiquei sem entender quando ele disse aquilo, até aquele pedido chegar ao meu cerebro e eu conseguir raciocinar o que ele tinha falado, ele ja tinha perdido a paciencia comigo e saiu andando. Acho que vocês já perceberam o quão paciência ele é.

- Aonde você vai? - levanto e vou indo atrás dele.

- Vou pro meu morro.

- Pera, não precisa ficar nervoso... Eu só não esperava.

- Não preciso ficar nervoso? O que mais? Tava na cara que tu não ia aceitar, porque você é uma mimadinha e sempre foi.

- Cala boca Eduardo. Eu to confusa sabe por quê? Enquanto a gente fica aqui, é aquela vagabunda que tá no morro sendo a sua primeira dama, é aquela puta que te deu o filho que você tanto queria. Você acha mesmo que eu vou ficar sendo feita de trouxa? Ficando aqui enquanto aquela vaca tá no MEU LUGAR?

- Mas é por isso? A gente tira ela de lá.

- Eduardo, aonde você não entendeu que: ELA. TEM. UM. FILHO. SEU? Você não pode tipo escurraçar ela de lá como se nada tivesse acontecido.

Ele sentou no sofá e ficou pensando por alguns minutos.

- Eu só não posso meter os pés pelas mãos, dizer sim e esquecer dos nossos problemas.. E cá entre nós, eu mereço um pedido de casamento muito melhor né?! - Disse fazendo ele rir.

Ele me deu um selinho

- Tá, vamos pensar no que fazer.

- Amanhã eu vou no morro dar uma conferida no meu local, mas naquela casa eu não moro mais, pode procurar outra pra morar.

Deitei em cima dele no sofá e ficamos nos beijando. Fazia tempo que eu não ficava assim, ou não me imaginava assim, realmente, se não fosse com o D2, não seria com ninguém.

Acho que dormi, só me dei conta quando tava na minha cama, com ele roncando do meu lado e a Cecilia chorando no quarto dela. Levantei, dei um banho nela porque apesar de ser tarde, ela tava morrendo de calor, fiz uma mamadeira pra ela e logo ela dormiu.

Eu não consegui pregar o olho, porque eu sabia e sempre soube que meu lugar era naquela favela. Era aquela velha história, eu saio do morro mas o morro não sai de mim.
Eu precisava achar uma maneira pra tirar a Monique dali, sem fazer mal nem pra ela nem pro filho dela, mas só de pensar em ficar perto daquela cobra, meu sangue fervia, eu queria arrancar a lingua dela e tacar fogo, mas eu não podia, porque eu realmente respeitava o filho deles.

Logo amanheceu e o D2 acordou.

- Acordei e você não tava lá.

- To pensando...

- Em que carai?

- Em tudo, e você precisa voltar pro seu morro, tu abandonou lá, deve ta maluco né?! Aqueles vapores devem ta deitando e rolando no teu morro.

- Caraio, tem um coligado meu lá cuidando disso tudo pra mim enquanto não volto de vez.

- Coligado? Que coligado vai cuidar melhor do seu morro do que você? Pelo amor.

- Eu só volto pra lá com você, tu não entendeu porra?

- E quem disse que eu vou ficar nessa casa? É obvio que eu vou com você, mas pra isso, eu vou tirar a Monique de lá.

Levantei, pedi pra ele ir acordar a Cecilia e logo fui fazer o café. Não demorou muito e ele veio com ela toda risonha descendo as escadas.

- A Ceci vai dar trabalho hein?!

- E tu acha que eu vou deixar alguém chegar perto dela?

- Ah não, deixa a menina ser feliz. - disse rindo

Me apaixonei pelo dono do morro [FINALIZADA]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora