26ºcapitulo- 1822

246 21 0
                                    

"Os meus pés doíam-me mas não podia parar, não agora, não até estar salva. O som dos cavalos e de alguns guardas a correr fazia-se ouvir por entre as árvores da floresta, eu não conseguia mais mas para ficar salva teria de levar o meu ser até o limite, corri até ouvir um rio chegando ao mesmo e corri por entre a água até a outra margem continuando a correr chegando assim a uma espécie de quinta vendo uma mulher a trabalhar no campo.

-Desculpe, poderá ajudar-me?

-Sim, o que necessita?

-Não me disponibiliza nenhum cavalo para conseguir chegar à costa inglesa? Eu preciso de chegar lá o mais rápido possível. Por favor ajude-me. Eu pago-lhe pelo cavalo, apenas ajude-me.- disse ofegante sentindo-se a aflição na minha voz.

-Não precisa de pagar, tenho um cavalo que iriamos vender, pode levá-lo.

-Mas iria precisar decerto do dinheiro.

-Não se preocupe.- a mesma disse levando-me até o tal cavalo e pelo caminho pousei um saco com algumas moedas ao lado da ferramenta que esta estava a utilizar até que chegamos ao tal cavalo, subi para o mesmo.

-Obrigada. É muito amável e guarde o saco.- disse sorrindo saindo a galopar pelo meio das árvores sem saber onde me encontrava

O cavalo na realidade era bastante rápido, por fim ouvi algumas vozes chegando a uma pequena vila começando a andar calmamente com o cavalo sem perder a postura aproximando-me de uma senhora que se encontrava a vender alguns alimentos.

-Bom dia. Poder-me-ia dizer onde me encontro?

-Portsmouth.

-E a zona costeira mais próxima encontra-se onde?

-Siga esta rua, menina. Irá dar ao porto de Portsmouth.

-Obrigada.- disse começando a galopar por a atual rua indo até o tal porto, desci do cavalo caminhando até um marinheiro.- Desculpe incomodá-lo mas poderia levar-me até França? Eu pago-lhe a viagem...

-Claro. Suba para o barco. – disse ajudando-me a levar o cavalo para dentro do pequeno barco."

-Grace?- ouvi Harry chamar por mim mas mantive o olhar sobre as águas calmas do canal da mancha.

"Após uma longa viagem até a costa francesa por fim chegamos lá, sai do barco pagando antes ao marinheiro que recusará o dinheiro até que aceitou por fim começando a galopar pelas ruas e estradas seguindo algumas placas que indicavam que aquele era o caminho até Paris mas parei pouco depois vendo uma macieira e pegando numa maça dando ao cavalo e noutra comendo-a eu até que após alguns minutos de descanso subi novamente para o mesmo e seguimos caminho, a noite começava a cair e o cansaço falava mais alto por isso decidi parar simplesmente tanto para eu como para o cavalo descansarmos.

Acordei novamente e levantei-me vendo o cavalo deitado, caminhei até o mesmo colocando a mão sobre o mesmo sentindo os seus batimentos cardíacos fracos e mantive-me ali parada por algum tempo até que por fim já não sentia o seu coração bater notando estar morto, talvez tivesse sido o ar salgado durante a viagem e agora estava no meio do nada com um cavalo morto até que comecei a olhar à minha volta ouvindo os cascos de um cavalo, ao fundo da estrada conseguia-se ver uma carruagem e por isso decidi ficar no meio da mesma fazendo esta parar.

-Desculpai-me por interromper a vossa viagem mas o meu cavalo adoeceu e acabou por morrer e necessitava de chegar a Paris o mais rápido possível.....- disse em francês vendo que este não tinham percebido repeti a frase em inglês.

-Entre menina. Eu levo-a a Paris. Era para lá que me dirigia.

Assim o fiz, entrei na tal carruagem vendo uma senhora com uma criança, esta dormia tal como a sua mãe e mantive-me em silêncio a viagem toda até ver uma placa a dizer "Paris", cheguei-me até uma pequena janela dizendo que me podia deixar lá e seguiria o resto a pé e assim foi, comecei a caminhar sem rumo, sem sitio onde ficar, a noite começava a cair mas isso não me impediu de continuar a andar, o frio era imenso tal como a neve no chão, por fim cheguei a uma praça onde se encontrava uma catedral e bati à porta mas as forças eram poucas que acabei por deixar o meu corpo cair deslizando assim pela porta acabando sobre a neve acordando pouco depois, o cheiro a incenso fez-se sentir e encontrava-me rodeada de velas, levantei-me começando a andar sem saber por onde ir. Cheguei até a nave central da catedral e alguém encontrava-se a rezar ao fundo da mesma, acabei por caminhar até o mesmo ajoelhando-me ao seu lado.

-Obrigada por me ter ajudado. Só aqui é que me encontraria segura.- sussurrei ainda com a cabeça abaixada e fui capaz de ouvir os sinos tocar fazendo-me olhar para o grandioso lugar onde me encontrava.- Que igreja é esta?

-Não é uma igreja, é a catedral de Notre Dame."

After Time 2 || H.S.Donde viven las historias. Descúbrelo ahora