[ Zoey ]
12 de Dezembro de 2015
Faço um enorme círculo no número doze, no calendário que tinha trazido comigo e dou um pequeno suspiro, olhando o papel cheio de números, já havia riscado sete dias, ou seja eu estava aqui há uma semana. E nem um telefonema dos meus pais, a minha vida mudou por completo.
Todos os dias eu sirvo de objeto sexual para Mr.Malik, acabei por chegar à conclusão que ele é um monstro, ele descarrega sempre a sua raiva em mim. Neste preciso momento estou em frente ao espelho, as únicas peças que cobrem o meu corpo são as minhas roupas interiores. Observo todas as marcas espalhadas pelo o meu frágil corpo e uma angustia parece doma-lo todo, as minhas lágrimas enchem os meus olhos acinzentados e um suspiro pesado escapa por entre os meus lábios.
Eu sinto-me completamente vazia, sinto que ninguém quer saber de mim, nem os meus próprios pais que mandaram para aqui. Sinto-me desamparada, sozinha e usada e isso dói e não é pouco. A minha liberdade foi-me arrancada de um dia para o outro, e eu agora vejo que não aproveitei nem um pouco dos meus dezassete anos. Ele tirou-me simplesmente tudo, para me ter dentro de uma casa a sofrer.
Pego na camisola de malha larga e deslizo-a pelo o meu tronco, que antes se encontrava desprotegido, subo as calças pretas pelas minhas pernas magras e calço umas meias escuras para a andar pela casa enorme que ainda desconheço. Durante toda esta semana fiz questão de ficar dentro do meu quarto, trancada, não tinha coragem de sair dele. Mas hoje por incrível que pareça eu decidi enfrentar o meu futuro dentro desta mansão. Destranquei a porta do quarto e lentamente saí do mesmo, caminhando pelo o extenso corredor, o mesmo estava escuro, toda esta casa era escura desde a parte da tarde até a parte da noite.
começo a descer as escadas e assim que chego ao piso de baixo, reparo que não há nenhuma decoração de Natal. " Finalmente decidiste sair do quarto? " uma voz atrás de mim faz-me saltar de susto, e calmamente me viro encontrando Mr.Malik vestido numas calças de fato de treino e numa t-shirt branca, a mesma continha uma frase escrita a letras negras e divertidas " Cool kids, don't dance " era estranho vê-lo em roupas tão simples, pois sempre que ele entrava no meu quarto ele estava de fato.
O seu rosto aparentava uma expressão calma, pela primeira vez os seus olhos aparentavam uma cor mais clara que o normal e os seus cabelos estavam levemente despenteados. Ele pára mesmo à minha frente, o seu olhar esverdeado observa-me atentamente e engulo a seco. Observo cada traço do seu rosto, ele é tão lindo, meu deus. Eu penso que nunca vi um ser tão bonito como ele. Tudo no seu rosto se enquadrava, os seus lábios finos e rosados, os seus olhos castanhos com um pouco de verde eram tão misteriosos e eu gostaria de perceber o que tanto o magoa. Os seus olhos parecem transmitir tantos sentimentos, como também parecem não transmitir nenhuns. E isso deixa-me cativada.
" Vais continuar a observar-me, ou vais fazer o que te pedi? " questiona, ele falou? Eu nem sequer o ouvi. Senti um rubor nas minhas bochechas e mordisquei o meu lábio inferior. Eu estive assim tanto tempo a observa-lo? " Hoje, quero que estejas bem bonita. Vamos sair. " avisa e eu simplesmente assinto com a cabeça. " Usa um vestido elegante, curto e justo ao teu corpo. " arqueio as sobrancelhas e o mesmo lança-me um sorriso.
" Eu não tenho vestidos. " afirmo olhando para a parede ao meu lado.
" Tomei a liberdade de mexer nas tuas roupas, ver o número que vestes e ir até ao centro comercial comprar-te um vestido do meu agrado. " falou como se o que ele tivesse feito, fosse a coisa mais normal de sempre. Ele mexeu nas minhas roupas. " Ah, e usa a lengerie que te comprei. " olho-o claramente chocada, ele andou a mexer nas minhas roupas intimas? Mas quando é que isso aconteceu, eu nunca saí do quarto. " Ninguém te manda ter o sono pesado, as coisas estão na gaveta do teu roupeiro. "
