[ 04 ] És estranha. [Editado]

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19 de Dezembro de 2015 - I

Sentei-me na enorme cama e esfreguei os meus olhos, olhei para o meu lado podendo ver Zayn deitado ao meu lado. Tinha a sua cabeça deitada sobre os seus braços tatuados, os seus lábios carnudos estavam entreabertos deixando assim a respiração calma e suave passar por eles. Devo de admitir que ele nem sequer parece um monstro quando está a dormir. E agora que penso nisso, como raio ele esta a dormir ao meu lado? E ainda por cima nu, oh meu deus, não que seja a primeira vez que o tenho visto nu, mas eu não estava de todo num momento de apreciação.

Senti as minhas bochechas aquecerem drasticamente, tapei melhor o meu corpo com o lençol de seda branco e encostei a minha cabeça à almofada, encarei o tecto para não encarar o ser ao meu lado e respirei fundo. Gostava de saber quando poderei ligar aos meus pais, gostava de tentar convence-los em anularem a porcaria do contrato. Penso que ele já tenha feito o que queria, violou-me três vezes, já fez de mim uma presa domável. Fechei os olhos durante algum tempo, imaginando como seria a minha vida se não estivesse dentro desta casa, provavelmente eu estaria a trabalhar num part time, estaria também a pagar os meus estudos e a ajudar os meus pais a viverem com o pouco dinheiro que teríamos. Tudo isso era melhor que isto. Quanto será que ele pagou aos meus pais por mim? Afinal de contas eu era virgem, sou inocente, não entendo praticamente sobre relações sexuais... não devo ter sido nada barata. E só de pensar nisso sinto-me angustiada e com nojo do meu próprio pai. Eu sempre o admirei, sempre achei que ele era um homem forte e com princípios. E do nada cai-me uma notícia em que eu irei ser vendida e o mau foi que quando ele me deu essa notícia, não usufruía de nenhuma expressão. Foi como se não lhe custasse o que estava a fazer comigo, foi como se dissesse " Serás vendida mas também não me importo, o dinheiro que irás valer, sim, me importa. " Sim, era isso que a sua expressão, indecifrável dizia.

virei o meu rosto e pude ver Zayn a acordar, observei cada movimento seu, assim que os seus olhos encontraram os meus ele pareceu ficar confuso bastante confuso. " O que é que eu estou a fazer aqui? " indagou tão confuso, oh espera ele não se lembra de me ter violado mais uma vez? " Tu estás bem? " questionou.

É claro que estou bem, só me dói a minha intimidade, o meu corpo está cheio de nódoas negras, cada partícula do meu corpo está dormente. " Sim, estou bem. " encolho os ombros e humedeço os meus lábios.

a nossa relação é estranha, eu não gosto dele mas quando dou por mim muitas vezes estamos a falar como pessoas civilizadas até ele se transformar totalmente. " Tenho de ir à empresa. " falou sentando-se sobre a cama, senti o seu olhar sobre mim. " Queres dizer-me algo? " indagou e eu franzi as sobrancelhas, como assim dizer-lhe algo? Eu não tenho nada para lhe dizer, quer dizer até tenho, tenho uma grande vontade de lhe chamar monstro, dizer que o odeio, dizer que me quero ir embora e nunca mais o ver durante o resto da minha vida, dizer que ele também foi a pior coisa que me aconteceu, e que quando sair daqui passado um ano que irei à polícia apresentar queixa por ele fazer violência doméstica comigo. Irei também denunciar o meu pai, mesmo amando-o demasiado não consigo perdoar o que ele me fez.

" Não tenho nada para dizer. " digo simplesmente e empurro tudo o que tinha para dizer para trás, não iria estragar a sua boa disposição pois quem iria sofrer as consequências seria eu e não outra. Sentei-me ao seu lado na cama, tapei os meus seios com o lençol mantendo as minhas mãos no meu peito. Estar num modo tão intimo com ele é tão estranho e constrangedor e desde que ele acordou que me sinto um tomate.

" O que fazias antes de vires para aqui? " questionou apoiando o seu peso no seu antebraço e ficando de frente para mim, observei cada traço do seu rosto e respirei fundo antes de responder. Ele está bem? Isto não é de todo normal nele.

" Vivia em liberdade. " pensei por alto, arregalei os olhos ao ouvir-me a mim mesma. O moreno ao meu lado deu uma gargalhada seca.

" Até parece que não vives. " olhei-o como se ele estivesse a gozar comigo, revirou os seus olhos castanhos esverdeados. " Okay, não tens assim tanta liberdade mas é só por um ano. "

Prisioner « zayn »  ✔Hikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin