04 | Dinner.

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"Ainda é cedo," Começo, jogando-me na cama. "O que quer fazer?" Pergunto, observando-o andar até o closet e deixar as sacolas lá.


Ele volta, tira os tênis, os alinha perfeitamente, junto aos meus sapatos e se joga ao meu lado, fazendo meu corpo pular com o impacto.


"O que planeja fazer?" Ele interroga, olhando para tudo, menos para mim.


"Eu planejava ler." Suspiro. "Não quero ser incomodada por paparazzis, e mesmo que eu ame meus fãs, minhas mãos estão calejadas pelos autógrafos de hoje de manhã." Ele ri. "Dei até autógrafos as suas fãs que não queriam." Agora, ambos rimos. Brinco com minhas unhas, pensando se devo, ou não, pintá-las.


"Elas não se conformam de eu não apenas tê-las como minhas esposas." Ele argumenta, agora me olhando. Desvio meus olhos das minhas unhas e foco no par de olhos azuis à minha frente.


"Ah, Luke, isso é normal." Eu digo. "Mas quando você entra em um fanclub e lê 'por esta mulher eu viraria lésbica', você começa a estranhar suas fãs." Ele cai na gargalhada.


"Hey, America." Luke me chama, tirando o celular do bolso. "Olha isso:"

Ele desbloqueia o telefone rapidamente. Sua senha é 9876. Óbvio que é. Reviro os olhos ao pensar. Ele entra no aplicativo do Instagram e clica na penúltima foto, já que a última era comigo e não queríamos ler comentários de ódio gratuito distribuído por pessoas infelizes que tem desejo em ver infelicidade na vida alheia. Luke sabia disso, e ele também não gosta de ler. São comentários cruéis.
Os comentários eram hilários. Algo como:

"Me envie nudes, Lukeeeeeeeeeee" Rio alto com esse.

"Eu te amo, seu gostoso." A cara de divertimento dele é impagável.

"Vire gay para sermos um casal lindo." Ambos rimos desse.

"Pra quê ser hétero, gato?"

"Me ligue (um número de telefone), por favoooor."

"Delícia, vem cá! "


Caí na gargalhada lendo um a um. Luke ria junto a mim com os comentários engraçados. Descendo um a um, eu tentava pular os que diziam "Eu te odeio", "Você é um inútil". Isso é ruim para nós e por mais que eu o odeie, ao menos eu o conheço para odiá-lo, mas estas pessoas conhecem o Luke Hemmigs, não o Luke. Apenas o Luke. É maluco julgar alguém pelo o que vê.


"Viu?" Ele disse, vermelho de tanto rir. "Eu rio demais com comentários como esse." Ele disse se sentando assim que lhe entreguei seu celular.


"Tem a chance de virar gay." Digo entre risos, me jogando na cama.


"Não preciso ser gay." Ele mexe no cabelo. "Com tantas mulheres maravilhosas no mundo, não preciso mesmo ser gay." Ele argumenta, com uma risada.


"Acho que o Clifford não aprova." Brinco.


Permaneco deitada, olhando fixamente para os cabelos louros de Luke que estava bagunçados, em silêncio.
Ele tirou a camisa e a sobrou perfeitamente, pondo-a sobre a cômoda. E uma das coisas mais chatas em Luke é que ele é um perfeccionista psicótico. Isso enche o saco. Eu sou toda bagunceira, deixo as coisas largadas em qualquer lugar, não arrumo a cama quando acordo e raramente me lembro de por as roupas que ficam no chão do banheiro no cesto. Meu closet quase nunca está arrumado. Se não fosse por Lydia, minha empregada, eu viveria numa bagunça de garrafas d'água na cabeceira e roupas encima de uma cadeira, como uma adolescente de dezesseis anos novamente.
Porém, Luke só tem a puta da empregada para seu "uso pessoal", porque ele mesmo arruma tudo. Chega a ser irritante. Nada por estar, NUNCA (temos de dar ênfase), fora do lugar. Suas roupas são bem passadas e dobradas perfeitamente. Tênis bem branquinhos e sem um quê de poeira sobre eles. A cama sempre está feita, o piso branco do banheiro está sempre branco a ponto de eu ver meu reflexo. Não há uma louça sequer na pia e nem nada. Os livros e filmes são em ordem alfabética, sem qualquer rastro de poeira neles. É tudo arrumado, organizado e bem limpo. Nunca daríamos certo mesmo se nos amassemos.

Faking | Luke HemmingsOnde histórias criam vida. Descubra agora