59 | Forgiven.

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Quando eu me apaixonei por Luke, eu não sabia. É claro que eu havia me apaixonado antes, mas não daquela forma. Nada do que eu estava vivendo chegava perto do que eu passei na adolescência, então tudo aquilo era novo e estranho.
Quando eu percebi e entendi o que estava sentindo, eu notei que era errado. Que não podia e não devia; era impossível. Mas as coisas aconteceram rápido e eu quando eu olho para a America daquele tempo, eu vejo que era ingênua. Existem situações exatamente como o fim do meu relacionamento com o Luke, que servem para te ensinar alguma coisa importante. Algo que você não sabia, mas precisava saber. Eu precisava saber me proteger; eu precisava saber me curar depois de uma ferida; eu precisava me conhecer, depois que me perdi quando fiquei famosa. Eu fui enganada, difamada, roubada, quebrada. Tantas cosias ruins aconteceram comigo, que hoje eu percebo como tudo isso foi importante. Muito importante.
Eu também aprendi, principalmente, sobre perdão. As desculpas não saram as feridas, apenas o tempo. Os pedidos incessantes de perdão de Luke Hemmings não foram o que fez com que eu, Amme, o perdoasse. Colabora, é claro, mas não cessa a dor, e é isso que importa. O que me fez, principalmente, perdoar Luke Hemmings, foi o fato de que a sua mudança é notória. Afinal, de que adianta pedir perdão e continuar errado? É cutucar uma ferida que já dói demais. O problema é que é difícil ter certeza de a pessoa mudou mesmo, quando você não tenta dar outra oportundiade. Existe a possibilidade de perdoar e não ter a pessoa por perto, acontece que eu queria ter Luke por perto. Eu quero Luke por perto. Quero tirar a prova de que ele mudou de verdade, pois eu acredito nisso.
Eu amadureci o suficiente para perdoar; Amadureci o suficiente para escolher o que é melhor para mim; Eu amadureci o suficiente para me entregar; Mas eu sei que se tudo der errado, eu também amadureci o suficiente para pegar as minhas coisas, ir embora e me reconstruir. E também, para não cometer o mesmo erro de novo por puro senso de dignidade.

O meu encontro com Luke foi bom. Um encontro de verdade, sem nenhum agente, gravadora ou publicitário planejando isso para chamar a atenção. Sem enganação, apenas com toda a sinceridade que nós dois merecemos depois de todo esse tempo.
Meu encontro com ele não foi o melhor que eu tive na vida, mas eu gostei. Eu não esperava por nada extraordinário, dados os fatos de que haviam alguns paparazzi inconvenientes do lado de fora do meu apartamento e uns fãs no restaurante.
Até Luke parar com o carro no meu apartamento, tinha sido bom. Apenas bom. Aquela era a vida que tínhamos e não havia como mudar. Somos famosos.

Eu o convidei para subir. Fiz dois miojos enquanto Luke preparava um molho branco. Peguei um vinho e arrumei a mesa da varanda. Luke finalizou os pratos, os colocou na mesa e nós nos sentamos. A minha vista é para um beco escuro, então não havia possibilidade de nenhum paparazzi tirar nenhuma foto nossa ali.
Nós comemos, bebemos um pouco, rimos e tinha um pedaço torta que eu havia comprado mais cedo para assistir um filme no sábado. Nós dividimos a torta sentados no sofá, assistindo Grey's Anatomy. Sem beijos ou toques maliciosos.
Eu e Luke adormecemos no sofá, sem querer. Eu acordei de madrugada e desliguei a tv. Deitei o corpo de Luke no sofá e me deitei sobre ele. Cobri-nos e eu voltei a dormir. E isso foi extraordinário. Não o encontro, mas o que aconteceu depois.
Não o jantar no restaurante, as fotos, os fãs. Não o meu cabelo arrumado, o rosto maquiado. Isso foi bom. O miojo, o vinho mais ou menos, o pedaço de torta, Grey's Anatomy e dormir no sofá. Isso foi extraordinário.

Na manhã seguinte, eu e Luke tomamos café na cozinha. Ele recebeu a notícia de que Youngblood era #1 em mais de 50 países. Ele me abraçou e beijou minha testa. Max latiu, Luke me olhou com um olhar que eu não consegui decifrar e eu sorri. Sorri para ele e eu pensei que se todos os meus dias fosse como aquele curto espaço de tempo em que Luke me olhava de uma forma que eu não conseguia entender e eu me sentia mais em casa que nunca, estar ali, com ele, valeria a pena. Todos os meus dias com miojo e vinho seriam extraordinários. Eu teria de lidar com os paparazzi e a fama e isso seria só bom. Mas ter aqueles momentos com Luke... ah, aquilo era sensacional.

Ele foi embora, mesmo não querendo ir. Ele viajou por algumas semanas para fazer a divulgação do álbum e nós nos falamos. Ele voltou e nós tivemos um segundo encontro. E um terceiro, um quarto, um quinto, um sexto. Até o vigésimo. Ele fez turnê por meses. Ele se mudou para o meu apartamento.

Mas ele não fez tudo certo. Ele não foi um santo o tempo inteiro. Ele não me trouxe paz todos os dias, a todo o tempo. Ele não fez todos os meus dias serem como aquele curto espaço de tempo. Ele fez com que fossem melhores. E por isso eu o amo. Por isso estou aqui. Eu sempre soube não seria perfeito; longe disso. Eu também não sou. Nós não somos. E tudo bem. É exatamente por isso que demos certo.

Sim, nós demos certo. Até então.





Penúltimo capítulo. Preparem-se para o próximo.

Faking | Luke HemmingsOnde histórias criam vida. Descubra agora