45| Mom.

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| L u k e |


Abro a porta da casa da minha mãe. Não é reconfortante como minha casa de infância na Austrália, mas ainda tem cheiro de lar. Só meus pais moram aqui, mas creio que não estejam. O carro não está na calçada.


"Andrew?" Ouço minha mãe gritar.

"Não, é o Luke." Digo.

"Ah, sim. Um segundo, querido." Liz diz. Sua voz vem do jardim. Eles têm uma casa pequena; gostam assim.

"Tudo bem. Eu vou subir." Aviso.


Subo as escadas gradativamente. Vou em direção ao meu quarto; parece pequeno para o Luke de vinte e quatro anos. A infância e a ingenuidade parecem distante quando me aproximo de algo nostálgico. Época a qual eu não sabia o que era me apaixonar; não como calhou de acontecer. A ideia de sequer gostar de alguém nunca fez parte de mim... até eu me apaixonar pela a America. E eu a amei tanto, que pensei que nunca fosse superar isso... e não vou. Não tem como não amá-la por tudo o que ela é; por tudo nela.


"Está chorando, querido?" Minha mãe aparece à porta.

Eu não reparei que estava.

"Não. Eu estou bem." Limpo meu rosto.

"Aconteceu alguma coisa?" Ela se senta na minha cama.

"Eu... eu vi a America." Sento-me ao seu lado.

"Sério? Ela foi falar com você? Por causa da música?" Ela parece surpresa.

"Ela foi até o Mike e o Calum quando soube que eu estava em Chicago e o Ash em Seattle." Murmuro. "Quando estava indo pegar o elevador, eu estava nele."

"E aí?" Ela afaga minhas costas.

"Ela entrou no elevador quando eu saí. Mas eu voltei antes das portas se fecharem." Digo. Minha respiração está irregular; estou afobado.

"Eu estou nervosa."

"Ela está irritada pela música e eu entendo isso. Eu prometi que não iria escrever nenhuma música, mas eu escrevi. Ela disse que eu sou egoísta e eu também entendo. Eu sei que ela queria chorar, mas ainda conseguiu se manter firme." Pigarreio. "Ela é tão forte, mãe..." Eu ainda choro.

"Sim, ela é." Minha mãe concorda.


Depois de sair da casa de Larissa no dia em que descobriu sobre a farsa, dizendo mais coisas que partiram o coração da Amme, ela conversou comigo e entendeu que a America não queria nada disso e que teve que lutar contra a sua honra e integridade para não perder tudo o que conquistou... mas ao fim, ela perdeu mesmo assim. Minha mãe perdoou a Amme no mesmo dia em que descobriu, mas nunca falou com ela sobre isso.


"E eu perguntei se ela ainda me amava." Digo. Meu coração dói.

"Eu estou com medo da resposta. Acho que seria ruim com qualquer uma das opções." Ela suspira.

"Ela ainda me ama, mãe." Choro.

"E você a ama mesmo, Luke?"

"Mais que tudo." Soluço.

"Bem, então tem de lutar por ela." Ela aconselha. "Mas se ela realmente se mantiver firme na sua decisão, não irá insistir. Isso iria destruir ambos."

"Ela me odeia. Eu fui um babaca com ela e... eu destruí a carreira dela."

"Luke," Ela inicia. "Sentar aqui e se lamentar por coisas que aconteceram no passado só vão te fazer ficar preso aqui e nunca tentar seguir com a sua vida. Eu sei que é difícil para você e é tão difícil para ela, meu amor... Você errou e reconhece isso, mas precisa contar a verdade sobre o que aconteceu e fazer com que ela acredite. E filho, se ela não te perdoar, é porque não está pronta ou porque só tem medo. E tudo bem ter medo." Ela beija minha têmpora.

"Por que eu beijei a Tessa, mãe?" Lamento-me.

"Porque você é um idiota." Ela revira os olhos. Eu rio. "Mas eu também sou e todo mundo é."

"Eu nem acredito que ela me ama depois de tudo isso. Toda a mídia sobre nós e a carreira dela que não existe mais e a quebra do contrato e ela acha que eu transei com a Tereza. Como ela consegue?" Franzo o cenho.

"Nem furacão arranca o amor que cresceu com as raízes mais fortes no coração de alguém." Minha mãe diz.

"Eu acho que nunca vou parar de amá-la, mãe."

"Eu espero que pare." Ela suspira. "Me dói te ver assim."

"Eu sinto muito."

"Tudo bem." Liz sorri. "Se for para ser, será, Luke. E se não for, não há nada que se possa fazer."


Deito minha cabeça no colo dela. É confortável.

A verdade é que eu amo a America como eu nunca pensei amar alguém. Eu sinto falta de tudo nela e de como as coisas costumavam ser antes de eu agir como um babaca impulsivo que só sabe destruir tudo o que ama. Eu daria tudo para voltar no tempo e ter ouvido o que ela tinha a dizer. Amme nunca me deu um motivo sequer para desconfiar dela, mas mesmo assim, eu não a ouvi e estraguei tudo. Eu fui atrás da Tessa e a beijei por vingança, mas eu me senti vazio quando meus lábios tocaram os dela. E então, ali eu percebi que eu nunca iria sentir com ninguém, o que eu senti com ela. Como os nossos lábios se encaixavam como se fossem feitos há muito tempo um para o outro. Como os nossos corpos juntos pareciam ficar muito bem; eu sentia amor perto dela, porque ela era amor. Mas eu acabei com a carreira dela, com o nosso casamento, com a sua saúde mental e com qualquer sentimentalismo. Eu destruí o que amava nela. E eu sei que não mereço o perdão dela, mas esperava que em algum momento, ela visse que talvez eu não mereça, mas precise. Eu preciso dela.

Faking | Luke HemmingsWhere stories live. Discover now